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Já testámos o novo medidor de potência Rotor INspider

Esta nova versão do medidor de potência Rotor INspider tem uma maior compatibilidade com as bicicletas de BTT e agora está muito mais barato.

HÉCTOR RUIZ. FOTOS: HÉCTOR RUIZ/JCD FOTOGRAFIA

5 minutos

Já testámos o novo medidor de potência Rotor INspider

Em Setembro de 2019, a Rotor lançou no mercado a primeira versão do medidor de potência INspider, com o objetivo de ser a referência no mercado. Uma das características que essa primeira versão tinha era a sua grande compatibilidade com todo o tipo de bicicletas, sendo o mesmo produto compatível com bicicletas de BTT, estrada e gravel. No entanto, ao longo dos anos fomo-nos apercebendo de que a maior limitação deste aparelho era precisamente essa capacidade de adaptação em algumas bicicletas de BTT, especialmente nas de suspensão total, devido à maior complexidade do link e do espaço necessário na zona do pedaleiro, fazendo com que por vezes não fosse possível instalá-lo.

 

Na nova versão do INspider, especificamente desenhado para BTT, este problema ficou resolvido. Além disso, inclui um conjunto de novas características que certamente serão do agrado dos consumidores finais. 

TAMANHO REDUZIDO E MENOS PESO

Como é mais pequeno e fino, encaixa melhor nos quadros de BTT modernos. Além disso, é compatível com pratos mais pequenos, graças à redução do diâmetro externo. Desta forma, passa a usar um BCD de 100 mm em vez dos 110 mm anteriores, o que permite instalar pratos de 30 até 36 dentes, enquanto na versão, o tamanho mínimo dos dentes era 34. Convém salientar que a versão anterior do INspider ainda está no catálogo da Rotor, mas destina-se agora sobretudo a bicicletas de estrada. 

 

A grossura dos dois aparelhos é também diferente, sendo o novo muito mais fino e leve. Embora oficialmente o novo modelo pese 105g, segundo os dados da Rotor, a verdade é que na nossa balança acusou um valor de 99,5g (o modelo anterior pesava 147g). 

 

Ao montarmos o medidor de potência num conjunto composto pelos cranques Kapic Carbon (170 mm), prato redondo NO-Q de 34 dentes e eixo (linha de corrente de 52 mm), o peso final é de 536g. Se tivermos em conta que o novo SRAM Eagle XX SL com potenciómetro Quarq pesa 540g (com linha de corrente de 55 mm), é facilmente percetível que o Rotor é mais leve. 

 

O INspider é fabricado em alumínio aeronáutico 7075-T6 (por CNC) e tem uma estética mais plana e discreta do que a versão anterior. É compatível com pratos redondos e ovais Q-Rings e a sua montagem requer um eixo e cranques da Rotor, sendo desenhado especificamente para os modelos Kapic e Kapic Carbon. 

MAIS AUTONOMIA

Embora o tamanho e a grossura (bem como o peso, obviamente) sejam menores, a autonomia não foi afetada. Aliás, em vez de ter 200 horas de utilização estimadas (em movimento), passa a ter 350. 

Outro dos aspetos que nos chamou mais a atenção foi o processo necessário para calibrar o medidor de potência. No modelo anterior tinhamos de rodar para trás (duas voltas) os cranques e deixá-los na posição vertical, mas agora esse processo foi simplificado. Basta colocar os cranques na vertical (com o pedal esquerdo em baixo) e clicar no botão "Calibrar" no nosso GPS (em poucos segundos fica perfeitamente calibrado). 

 

Para carregar a bateria, usa-se exatamente a mesma entrada magnética e o mesmo cabo USB da versão anterior. Quanto à impermeabilidade, tem o certificado IP67, o que significa que, além de aguentar estar debaixo de água até 1 metro durante 30 minutos (tal como o IPX7 presente no SRAM com Quarq), tem um nível de proteção contra o pó superior, algo que numa modalidade como o BTT é uma excelente notícia. E em termos de conetividade, utiliza os protocolos ANT+ e Bluetooth Smart.

NOVO NÃO SIGNIFICA MAIS CARO

Outra das características que mais nos surpreendeu no novo INspider foi o seu preço. A versão anterior custava cerca de 710€, mas a nova ronda os 450€, um valor surpreendente. 

 

É sem sombra de dúvida um dos medidores de potência mais competitivos do mercado e não temos receio em afirmar que em breve começaremos a ver cada vez mais bicicletas de BTT com estes produtos instalados. A este preço (do potenciómetro) comprado de forma individual, é necessário somar o dos cranques, eixo e prato. O kit completo com os cranques Kapic custa 799€ e com os Kapic Carbon custa 999€. Por exemplo, um kit SRAM XX SL Eagle custa 1.260€. 

 

Com a chegada deste novo medidor de potência, a Rotor conta agora com uma gama composta por quatro modelos no total: INpower, que mede somente uma perna (versão de BTT e de estrada), 2INpower, que mede nas duas pernas de forma independente (versão de BTT e versão de estrada), INspider, que mede as duas pernas de forma combinada (para BTT, gravel e estrada) e por último o INspider MTB. 

TESTE AO INSPIDER MTB

A instalação na nossa bicicleta de teste foi muito fácil e todo o processo é bastante similar ao de outros cranques com potenciómetro. 

 

No entanto, ressalvamos que é necessário ter atenção no processo de montagem do ponto de OCP correspondente. Se não soubermos qual é ou se tivermos dúvidas, é conveniente começar pelo intermédio (o número 3), para posteriormente deixar que o software (ou seja, a aplicação ROTOR Power) analise qual é o que melhor se adapta a nós. 

 

No caso particular dos Q-Rings, esta aplicação permite-nos obter em tempo real os dados do Torque 360, de modo a podermos ajustar o valor do OCP (caso não saibas, é o ângulo do prato oval face ao cranque) que melhor se adapta ao nosso estilo de pedalada. 

No entanto, desde o início do nosso teste até ao dia do lançamento oficial do novo medidor de potência, a aplicação ainda não estava atualizada e não permitia ler os dados do novo INspider, portanto não conseguimos comprovar este dado, algo que, segundo a marca, será resolvido nas próximas semanas. 

Em termos de construção há algo que nos chamou a atenção. Na zona onde estão os orifícios para os parafusos, a perfuração é escalonada, com cerca de pouco mais de 1 mm de diferença em relação ao prato. Isto não é um defeito e foi feito assim de modo a deixar espaço para a corrente caso montemos pratos de 30 ou de 32 dentes. 

E quanto aos parafusos também há uma novidade. Em vez de usar o tradicional sistema macho-fêmea, ficam aparafusados diretamente ao prato. E são em aço em vez de alumínio. 

 

Calibrar também é fácil e depois de realizado o processo, podemos ir imediatamente para os trilhos. Durante o nosso teste, os dados que foram recolhidos mostraram um nível muito consistente, sem quedas bruscas ou falhas de leitura dos sensores (nos aparelhos baratos isso costuma acontecer). Também não apresentaram picos de potência irreais. 

 

A precisão anunciada pela Rotor é de +/- 1.5%, ou seja, está dentro da média dos modelos mais fiáveis do mercado. Quanto ao funcionamento efetivo, é muito semelhante ao dos restantes medidores de potência que usamos habitualmente, mesmo a nível de leitura dos dados. 

 

Quanto ao teste, foi feito na maior parte dos quilometros em terreno seco, mas também passámos dois rios (com caudal baixo) e após muitos quilómetros percorridos, não notámos ruídos parasitas nem problemas mecânicos (folgas, parafusos desapertados ou falha de conetividade). 

Este novo INspider é um produto muito completo e com elevada compatibilidade. Além disso, é muito equilibrado, fiável e tem um preço muito competitivo. 

Poderás saber mais informações em rotorbike.com.

 

 

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