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Já testámos a Canyon Lux World Cup

A renovação da Canyon Lux foi baseada num novo quadro, muito leve e com um design mais atualizado, mas também com uma geometria e componentes destinados a torná-la muito rápida e eficaz a subir.

TEXTO HÉCTOR RUIZ. FOTOS: JCD FOTOGRAFIA

5 minutos

Já testámos a Canyon Lux World Cup

Já não se fazem bicicletas de XC como antes! Tenho a certeza de que já ouviste isto mais do que uma vez. Não é segredo que as bicicletas de XC estão cada vez mais aptas para as descidas supre técnicas, tanto em termos de geometria como de suspensão e componentes, ao ponto de o curso de 120 mm começar a ameaçar tornar-se a referência, e é claro que nem todos estão convencidos que esta tendência vai vingar.

No entanto, a Canyon através desta nova Lux continua focada no segmento das bicicletas de XC "puras", para a Taça do Mundo, com 100 mm de curso, e nas bicicletas de Trail mais divertidas (Down Country) com 110/120 mm.

A World Cup, tal como a que aqui testámos, tem uma montagem que é praticamente igual à que a equipa usa em competição. No entanto, o quadro é completamente novo, apesar de ter uma silhueta bastante semelhante à da sua antecessora. O design foi atualizado, está mais limpo e mais integrado. Na parte frontal, a principal alteração é o encaminhamento dos cabos através da direção. Além disso, o perfil do tubo superior foi rebaixado e o batente de direção IPU está oculto no interior, com um formato muito mais discreto. O tubo da direção mede apenas 95 mm.

Na parte traseira, as alterações são aparentemente mais subtis, com alguns ajustes na área do link, cuja configuração permanece a mesma, embora a cinemática tenha sido melhorada para uma pedalada mais eficiente. No entanto, o seu sistema de pivot mudou, agora é mais rígido graças a um eixo passante. Agora passa a ter montagem de travão Flat Mount e um dropout SRAM UDH.

O peso deste quadro CFR, sem amortecedor, é de 1.535g (temos de adicionar 230-250g dependendo do amortecedor montado), e sobe para 1.925g sem amortecedor na versão mais barata, fabricada em carbono CF. O peso desta bicicleta como está de origem é de 9.75 kg, segundo a nossa balança.

É UMA DAS MELHORES XC A SUBIR QUE JÁ TESTÁMOS

Este objetivo de manter o peso baixo foi conseguido graças também aos componentes, como o cockpit fabricado numa só peça, ao espigão de selim que não é telescópico, às rodas DT Swiss XRC 1200 e à suspensão Fox 32 SC para manter a parte da frente o mais leve possível - embora tivéssemos preferido a Fox 34 SC pela sua maior robustez.

Talvez aqueles mais obcecados com o peso tivessem substituído o selim e os punhos, embora tanto os GA20 como o SR10 Pro Carbon, ambos da Ergon, sejam muito confortáveis nas suas respetivas categorias. Um detalhe que nos agradou é que os pneus não são demasiado leves e ao mesmo tempo frágeis, mas sim uns Maxxis Ikon com carcaça EXO, composto triplo e balão de 2,35". Leves, sim, mas pensados para a performance. 

DESTAQUES

  • A bomba de suspensão, chave de torque e massa lubrificante de montagem estão incluídas com a bicicleta. No entanto, as válvulas tubeless e selante não estão incluídos.

  • Espaço para o pneu traseiro até 64 mm, muito generoso e suficiente para o MAXXIS IKON de 2,35".

  • Permite usar duas grades de bidon mesmo no tamanho mais pequeno (XS) dos 5 tamanhos disponíveis. 

  • O cockpit CP0008 (um nome difícil de lembrar) da Canyon é muito mais discreto na forma do que outros modelos no mercado. A Impact Protector Unit, que consiste num anel metálico com saliências laterais e um parafuso que o prende ao tubo da direção, está localizada debaixo da tampa do tubo da direção. Para a ajustar sem termos de desmontar tudo, temos este pequeno orifício no copo de direção superior. 
  • O sistema de bloqueio do amortecedor esconde completamente o cabo no seu acesso ao quadro. É um desenho que tem a aprovação da Orbea, detentora da patente com o nome I Line, da qual foram pioneiros. 

  • Os parafusos que ligam as escoras à extensão do amortecedor estão escondidos na face exterior. Muito limpo, embora para verificar o seu aperto tenhamos de remover o amortecedor primeiro. 

  • A Ceramicspeed fornece todos os rolamentos para o quadro, pedaleiro, direção e pontos de rotação do amortecedor traseiro, um conjunto de peças com um preço muito elevado.

O melhor. Peso baixo e desempenho geral. Desenho do quadro muito limpo. Relação qualidade/preço. 

A melhorar. Uma Fox 34 SC e um espigão de selim telescópico de origem.

 

A nova cinemática do sistema de amortecimento traseiro provou ser muito eficiente. De facto, apesar do seu sistema de alavanca muito direta com o amortecedor alinhado com o tubo superior, a oscilação ao pedalar é mínima, mesmo com pressões muito baixas. Por isso mesmo, não é um dos modelos mais absorventes nas descidas, embora funcione bem e o Fox DPS mostre capacidade suficiente. No entanto, nota-se uma sensação um pouco mais firme e seca do que noutras bicicletas com características semelhantes, embora nunca sentíssemos um excesso de sag em andamento.

Na verdade, é difícil utilizar o curso até ao fim. Da mesma forma, a geometria, que foi atualizada e é 1,5º mais aberta na direção do que anteriormente (68,5º), permanece a um nível bastante moderado em comparação com os números cada vez mais comuns em XC. A ênfase é, portanto, mais nos aspetos de subida, com um tubo de selim muito vertical, com 75°, e se acrescentarmos a isso o comportamento do amortecedor, temos uma Canyon que nos dá muita resposta quando temos de acelerar no meio de uma subida íngreme, num estradão ou num trilho mais técnico. Cada vez que carregamos nos pedais notamos como toda a extremidade traseira reage rapidamente, sendo muito estável.

Nas zonas planas, onde geralmente queremos fazer render todos os watts, não nos pede para bloquear o amortecedor, algo que nem sempre acontece nos sistemas de amortecimento atuais para XC. Tudo somado, esta Lux conseguiu fazer parte da nossa lista de bicicletas com o Pedigree mais alto para competição, ao lado de outras como a Trek Supercaliber, a Giant Anthem ou a Wilier Urta. Quando o terreno fica rochoso ou excessivamente técnico, é verdade que não temos a traseira mais tolerante, mas graças ao facto de termos pneus com um balão generoso montados em aros de 30 mm de largura, ganhamos estabilidade extra que nos permite controlar a bicicleta e brincar com ela com muita margem de manobra antes de encontrarmos os seus limites.

 

FICHA TÉCNICA

[QUADRO] Carbono CFR. Curso 100 mm. [AMORTECEDOR] Fox Float DPS Factory. [SUSPENSÃO] Fox 32 SC Factory. 100 mm. [PEDALEIRO] Race Face Next SL. 34 d. Rolamentos Ceramic Speed BB92. [DESVIADOR] Shimano XTR 12 v. [MANÍPULO] Shimano XTR. [CASSETE] Shimano XTR. 10-51. [CORRENTE] Shimano XTR. [TRAVÕES] Shimano XTR M9100. Discos 180/160 mm. [DIREÇÃO] Canyon IPU, rolamentos CeramicSpeed. [GUIADOR] Canyon CP0008 XC. 740x70 mm. [PUNHOS] Ergon GA20. [SELIM] Ergon SR10 Pro Carbon. [ESPIGÃO DE SELIM] Canyon SP0061 Carbon. 30.9x400 mm. [RODAS] DT Swiss XRC 1200 Spline. [PNEUS] Maxxis Ikon EXO 3C. 29x2.35”. [PESO] 9,75 kg (tamanho M, sem pedais). [TAMANHOS] XS, S, M, L e XL. [PREÇO] 6.249 €. [+INFO] Canyon, www.canyon.com

 

 

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