O australiano Kaden Groves (Alpecin-Deceuninck) ganhou o primeiro sprint da Volta a Espanha, numa tirada que ligou Cascais a Ourém (194 km). O segundo classificado (com direito a bonificação) foi o belga Wout van Aert (Visma-Lease a Bike), que passou a liderar a classificação geral.
Foi o primeiro tira teimas entre os sprinters e o ciclista de 25 anos foi claramente o mais forte em Ourém, batendo Van Aert e o seu compatriota Corbin Strong (Israel-Premier Tech).
Foi a quinta vitória de Groves na Volta a Espanha, no entanto é de salientar que alguns ciclistas ficaram retidos numa queda perto da meta.
A Visma-Lease a Bike ficou com menos um ciclista, Van Baarle, devido a uma queda. Foi uma má notícia para a formação neerlandesa, mas a liderança de Van Aert certamente dará um novo ânimo à equipa liderada por Sepp Kuss. Na classificação geral, McNulty está a 3 segundos e o checo Vacek está a 5. Quanto aos favoritos, Roglic é sexto, João Almeida está no 10º lugar seguido de Nelson Oliveira.
Maté sai da Volta a Portugal em forma e entra na Volta a Espanha fortíssimo
O vento e o calor acompanharam os ciclistas nesta tirada, por isso todo o pelotão estava atento a cortes. Logo após a partida em Cascais, dois ciclistas, Ibon Ruiz e Luis Maté iniciaram uma fuga, logo no Alto da Lagoa Azul (5,3 km a 4,8%).
O pelotão deixou a fuga ganhar tempo, cifrando-se nos 3m35. Maté, aos 40 anos de idade, demonstra que ainda está em forma e apesar de ter feito bons resultados na Volta a Portugal, a prova lusa foi somente um treino para a principal prova no calendário na Península Ibérica. Ainda por cima este será o último ano em que vai competir.
A Visma e a Alpecin controlaram a vantagem dos fugitivos, dado que tinham interesse numa chegada ao sprint. Pelo meio, o público luso mostrou a sua paixão pela modalidade quando o pelotão passou em Torres Vedras e Caldas da Rainha.
Em Óbidos, a vantagem dos fugitivos era de 3 minutos. A calma do pelotão fez com que a hora prevista de passagem dos ciclistas não fosse cumprida (o atraso era de quase 1 hora), fruto do vento.
A hora das decisões
A 53 km da meta, terminou a fuga, depois o pelotão enfrentou o Alto da Batalha (6,9 km a 3,3%), com muito público a aplaudir os ciclistas.
Em Ourém, todos aguardavam a chegada ao sprint e no pelotão sentia-se algum nervosismo, dado que esta etapa é das poucas nesta Vuelta propícia a uma chegada massiva.
Nos quilómetros finais, as equipas certificaram-se que os seus líderes estavam no grupo da frente devidamente protegidos e os sprinters, bem como os seus lançadores, colocaram-se em posição. Esta é sempre uma fase complicada devido à colocação, portanto são normais as lutas ombro a ombro.
Nesta altura o pelotão rolava a mais de 60 km/h e a DSM impunha o ritmo. A Alpecin respondeu prontamente, colocando Groves em posição de sprint, mas já sem lançadores, dado que dois deles tinham furado e a Visma colocou toda a carne no assador, com o objetivo de lançar Van Aert.
Groves foi o mais forte. Só lhe falta ganhar uma etapa no Tour para garantir vitórias nas três grandes voltas. Foi a sua 17ª vitória como ciclista profissional.
Amanhã o pelotão enfrentará a terceira etapa entre a Lousã e Castelo Branco (191,5 km). A meio do percurso o pelotão terá de subir o Alto de Teixeira (17 km a 3,2%) e a 40 km da meta o Alto de Alpedinha (6,3 km a 3,3%). Será um dia propício a uma fuga, mas tendo em conta a baixa dureza das subidas, a decisão da jornada poderá ser ao sprint. Será a última etapa em solo luso.
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