Agora que já estão cumpridas as três primeiras etapas em solo neerlandês - das quais a Jumbo-Visma e Sam Bennett (BORA-hansgrohe) saíram como grandes vencedores -, o pelotão já aterrou em Espanha, mais concretamente em Vitoria, onde amanhã arranca a quarta etapa entre a capital alavesa e Laguardia.
Será o início de uma semana que contém algumas etapas chave, com três finais em alto (nos inéditos Pico Jano e Collau Foncuaya, e em Les Praeres, em Nava) que provocarão mudanças significativas na classificação geral. Será a hora dos favoritos entrarem em ação.

Até ao momento, a liderança não saiu das mãos da Jumbo-Visma, que após ganhar com autoridade o contrarrelógio por equipas em Utrecht, repartiu a liderança entre três dos seus gregários: Robert Gesink, Mike Teunissen e o italiano Edoardo Affini. Amanhã a etapa tem um perfil de média montanha que poderá implicar uma mudança de líder. Primoz Roglic poderá vestir já de vermelho amanhã após cortar a meta em Laguardia.
O percurso que os ciclistas vão encontrar esta semana não tem nada a ver com aquilo que vimos nos últimos dias. Será um terreno mais exigente e que marcará diferenças.
A quarta etapa de amanhã (Vitoria Gasteiz-Laguardia, de 152,5 km) deambulará por terreno de média montanha, o que poderá deixar em apuros alguns sprinters. A subida de Opakua (2ª categoria, com 5 km a 6,9% de média) não será a única dificuldade, pois os ciclistas terão de enfrentar logo a seguir um terreno rompe-pernas antes de subirem o Puerto de Herrera (3ª categoria, com 7,3 km a 4,8%), com bonificação. Depois os 15 km finais terão uma longa descida até Laguardia, mas até chegarem à meta, terão de enfrentar uma pequena subida final.

A 5ª etapa - entre Irún e Bilbao, com 187,2 km - tem um terreno ainda mais exigente, com cinco subidas pontuáveis e uma dupla subida nos últimos 45 km ao Alto del Vivero (4,6 km a 8%).

A sexta etapa, entre Bilbao e Pico Jano, na Cantabria, terá o primeiro final inédito desta edição da Volta a Espanha. Trata-se de uma subida longa, mas com uma inclinação mediana (12,6 km a 6,6%), que será precedida pelas subidas ao Puerto de Alisas (2ª categoria, com 8,7 km a 5,8%) e Collado de Brens (1ª categoria, com 6,8 km a 8,2%). Esta subida é bonificada.

A 7ª etapa (Camargo-Cistierna) ronda os 200 km e tem um perfil ideal para fugas. Pelo meio o pelotão terá de enfrentar a subida a San Glorio (22,4 km a 5,5%). Os favoritos tentarão guardar forças para enfrentar o duro fim de semana que os espera nas Astúrias, por isso esta jornada será ideal para aventureiros.

As Astúrias serão o cenário de um fim de semana importante na Volta a Espanha 2022, com duas etapas que começarão a definir a classificação geral. Este ano o pelotão não vai subir os Lagos de Covadonga nem o Angliru, mas sim o inédito Collau Fancuaya, uma subida duríssima de 10,1 km a 8,5% de pendente média com rampas que chegam aos 19%! Esta oitava etapa (no sábado) terá ainda mais cinco subidas, perfazendo um total de 3.300 metros de desnível, com passagem por La Colladona (6,4 km a 7%), La Mozqueta (6,8 km a 6,6%), Santo Emiliano (5,7 km a 5,3%), Tenebreo (subida bonificada com 5,3 km a 6,2%) e Perlavia (4 km a 7,7%).

Na etapa seguinte, a dura subida a Les Praeres (3,9 km a 12,9%) marcará um final emocionante, mas pelo meio o pelotão ainda terá de enfrentar cinco subidas, incluindo o Mirador del Fito (1ª categoria, com 9 km a 6%), Alto del Torno (7,6 km a 6%), Alto de la Llama (7,1 km a 5,1%) e La Campa (subida bonificada com 9,3 km a 4,1%).
