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Volta à Califórnia não se vai disputar em 2020

Os organizadores da única prova World Tour na América decidiram parar um ano para refletir o seu modelo de negócio. Uma nova lei de igualdade de género na Califórnia pode ter influenciado esta decisão.

Pódio da Volta à Califórnia 2019, com Tadej Pogacar (vencedor) escoltado por Sergio Higuita e Kasper Asgreen.
Pódio da Volta à Califórnia 2019, com Tadej Pogacar (vencedor) escoltado por Sergio Higuita e Kasper Asgreen.

Os organizadores da Volta à Califórnia anunciaram ontem à tarde e de forma surpreendente que a edição de 2020 foi cancelada, depois de 14 edições. A prova surgiu em 2006, e nos seu palmarés figuram nomes de ciclistas do nível de Floyd Landis (o primeiro vencedor), Levi Leipheimer (ganhou três vezes), Michael Rogers, Chris Horner, Robert Gesink, Tejay Van Garderen, Bradley Wiggins, Peter Sagan, Julian Alaphilippe, George Bennet, Egan Bernal e Tadej Pogacar, vencedor da edição deste ano após um duelo com Sergio Higuita.

A Volta à California é a única prova World Tour que se disputa nos Estados Unidos da América (tem esta categoria desde 2017), e já tinha data definida pela UCI no calendário World Tour de 2020: de 10 a 16 de maio. Contudo, essa edição já não irá ser celebrada... pelo menos no próximo ano, já que os organizadores não descartam voltar em 2021, após um ano de reflexão no qual irão repensar o modelo de negócio.

Embora não haja confirmação por parte dos organizadores, existem rumores de que a nova lei da igualdade de género no Estado da Califórnia possa ter influenciado esta decisão. Esta lei obriga a que os prémios monetários sejam iguais em todos os eventos desportivos que utilizem espaços públicos sem distinguir o género. Desta forma, a Volta à Califórnia seria obrigada em 2020 a pagar o mesmo prize money na prova masculina e na feminina, pese embora a masculina contemplasse sete etapas enquanto a feminina apenas tinha três.

Além disso, há outros aspetos que podem ter pesado na decisão, como o aumento do custo para fechar as estradas, o custo mais elevado a pagar à UCI, os controlos antidopagem, as viagens e alojamento das equipas, o custo da produção televisiva, etc.