O neerlandês Mathieu van der Poel (Alpecin-Deceuninck) era o grande favorito e confirmou isso mesmo. Nesta edição nº 108 da prova, o campeão do mundo fez uma exibição de altíssimo nível, ganhando o quinto monumento da sua carreira.
O ciclista de 29 anos atacou nos últimos 40 km (a prova tinha 270 km no total) e seguiu sozinho em direção à meta.
O neerlandês completou o percurso em 6h05m23, a uma média de 44,5 km/h. Os perseguidores ficaram reduzidos a nove elementos, acabando Alberto Bettiol (apontado como um dos favoritos) e Dylan Teuns por perder tempo nos últimos metros. A luta pelos lugares cimeiros foi acesa, com o italiano Luca Mozzato (Arkéa-B&B Hotels) a ser segundo e Michael Matthews (Jayco-AIUIa) em terceiro. Posteriormente o Colégio de Comissários alterou a sua posição, entrando Nils Politt (UAE Team Emirates) para o terceiro posto.
FUGAS E QUEDAS
Como é hábito nesta prova, tudo começou com uma fuga, neste caso de 8 ciclistas, mas sem nenhum dos favoritos. O pelotão foi controlando sempre estes fugitivos, não deixando a vantagem superar os 4 minutos. Aliás, este grupo teve de parar o andamento devido a uma passagem de nível.
Depois do insucesso desta primeira fuga formou-se outra, com 13 elementos, mas desta vez com ciclistas de alto nível, como Merlier, Mads Pedersen e Van Baarle. Van der Poel não se mostrou preocupado com esta iniciativa, mas a Alpecin passou a controlar o pelotão, para deixar todas as cartas em cima da mesa.
Depois foi a vez do dinamarquês Pedersen e do belga Gianni Vermeersch (colega de Van der Poel) serem protagonistas. A aproximação a Kwaremont fez com que a corrida passasse a ter novos intervenientes. A Movistar fez movimentações através de Oier Lazkano, o que despertou o carácter atacante do neerlandês, impondo um andamento que anulou a fuga e iniciou a fase crucial da prova.
Van der Poel demonstrou as suas intenções na saída do Kwaremont e depois em Peterberg, levando consigo um grupo de 9 ciclistas. Cortina atacou, abrindo um espaço, mas uma queda no pavé molhado no Paterberg obrigou-o a perder tempo. O mesmo aconteceu à maioria dos ciclistas que seguiam neste grupo, excepto Van der Poel.
Muitos caminhavam nestas pedras, enquanto Van der Poel voava. Depois de se isolar, seguiu em direção à meta como se fosse um passeio no parque. Só Matteo Jorgenson o conseguiu seguir, mas mesmo assim alguns metros atrás. Nesta fase, seis ciclistas faziam a perseguição.
ENORME RECITAL DE VAN DER POEL
Os últimos 40 km foram feitos com chuva abundante e Van der Poel mostrou que a sua perícia no ciclocrosse e no BTT deu muito jeito neste tipo de condições. Esta foi a sua terceira vitória consecutiva no Tour de Flandres e o quinto pódio.
Com o primeiro lugar garantido, faltava saber quem ficaria em segundo e terceiro. Num sprint feito com as forças no limite, Mozatto ficou em segundo e o "nosso" António Morgado ficou em 5º. Foi o melhor resultado de um português nesta prova e mais um grande resultado de um ciclista que nas camadas jovens deu muitas alegrias aos portugueses.
RESULTADO FINAL:
- 1º: MATHIEU VAN DER POEL (6H05M17)
- 2º: LUCA MOZZATO (+01:02)
- 3º: NILS POLITT (+01:02)
- 4º: MIKKEL BJERG (+01:02)
- 5º: ANTÓNIO MORGADO (+01:02)