Competição

UCI proibe equipas de usar truque aerodinâmico

Já era expectável que isto acontecesse dado que esta artimanha usada por algumas equipas chegou a tornar-se tema de debate nas redes sociais e nas reuniões federativas.

1 minuto

UCI proibe equipas de usar truque aerodinâmico

Quem não se lembra da artimanha usada pela INEOS-Grenadiers na Tirreno-Adriático? Se a tua memória te atraiçoou, nós damos uma ajuda. Nessa prova, Filippo Ganna (da equipa britânica) era o favorito à camisola azul de líder e confirmou esse prognóstico, rolando a 54,6 km/h nos 13,9 km do contrarrelógio inaugural na localidade costeira de Lido di Camaiore. Era um percurso totalmente plano, de ida e volta, com vento de frente na primeira parte e vento a favor na segunda. 

Neste contrarrelógio Remco Evenepoel foi segundo, a 11 segundos e Tadej Pogacar foi terceiro, a 18. 

A questão é que Ganna (que fez uma média de 520 watts nos últimos 2,5 km) contou com uma preciosa ajuda do seu carro de apoio, que levava a parte superior pejada de bicicletas (o que é, digamos assim, pouco comum). 

A função deste aglomerado de bicicletas era criar vantagens aerodinâmicas, algo que a INEOS posteriormente confessou e que a própria Quick Step também colocou em prática quando escoltou Evenepoel. 

Se recuarmos um pouco atrás, a 2021, Ganna usou este mesmo método no último contrarrelógio da Volta a Itália, bem como no crono de Etoile de Bessèges e no prólogo do Tour de la Provence. 

Segundo explicou Richard Kelso (professor da Universidade de Adelaide) ao site cyclingnews, "qualquer objeto que se mova pelo ar empurra o ar com ele. A distribuição de pressão ao redor do objeto, neste caso, o carro, faz com que o ar imediatamente à sua frente seja empurrado ligeiramente para diante. Isto significa que um veículo de maiores dimensões, como o carro da equipa carregado com bicicletas no topo, empurra o ar na direção do ciclista. É uma vantagem pequena, mas suficiente."

Segundo as regras da UCI, o veículo de apoio do ciclista nos contrarrelógios "deve situar-se a pelo menos 10 metros do ciclista e nunca o pode ultrapassar, nem estar ao seu lado". No entanto, esta normativa foi alterada e a partir de agora passa a ser esta: "O veículo deve estar a pelo menos 25 metros do ciclista, nunca o pode ultrapassar, nem colocar-se ao seu lado. No caso de avaria, o apoio técnico só poderá ser feito com o ciclista e o veículo parados". 

Etiquetas:

Relacionados