Competição

Top-10: as contratações mais espectaculares para a temporada 2020

Com os plantéis das equipas quase fechados, fazemos uma análise das contratações mais importantes para a próxima temporada. Este é o nosso top-10.

Carlos Pinto

5 minutos

Top-10: as contratações mais espectaculares para a temporada 2020

1. TOM DUMOULIN (JUMBO-VISMA)

Do nosso ponto de vista é, sem sombra de dúvida, a grande movimentação do mercado. Após uma temporada complicada devido a uma lesão num joelho (provocada por uma queda na Volta a Itália), o vencedor do Giro em 2017 e segundo no Tour e no Giro de 2018, abandonou a Sunweb e assinou contrato por três temporadas com a Jumbo-Visma. Com esta contratação esta passa a ser a equipa mais forte do World Tour, a par da Ineos. Dumoulin deverá partilhar a liderança com Primoz Roglic, número 1 do ranking UCI. O esloveno já deixou claro que ambiciona ganhar o Tour 2020. Veremos se Dumoulin irá participar novamente no Giro ou se tentará, juntamente com Roglic, formar uma dupla perigosíssima no Tour.

2. VINCENZO NIBALI (TREK-SEGAFREDO)

Prestes a cumprir 35 anos (no dia 14 de novembro), o italiano continua a demonstrar a sua enorme classe e ambição. Este ano, por exemplo, foi segundo no Giro e ganhou uma etapa de montanha no Tour (em Val Thorens). Até quando conseguirá o Tubarão continuar a competir ao mais alto nível? Iremos comprovar isso a partir de janeiro na Trek-Segafredo, equipa onde correrá nas duas próximas temporadas. Depois fará parte do staff. A sua contratação forma parte de uma estratégia de futuro desta equipa que, apesar de ter uma licença norte-americana, quer ser cada vez mais italiana, pela influência do seu patrocinador, a Segafredo. Por este motivo, Nibali correrá no Giro, renunciando ao Tour, numa temporada na qual o seu segundo grande objetivo será a prova olímpica de Tóquio.

3. ENRIC MAS (MOVISTAR TEAM)

Depois de três temporadas na Quickstep, o ciclista espanhol chega à Movistar após as saídas de Mikel Landa, Nairo Quintana e Richard Carapaz, o que supostamente significa uma grande oportunidade para este ciclista que, quase a cumprir 25 anos, deve dar um passo em frente para liderar a equipa telefónica nas grandes voltas. Na Volta a Espanha 2018, que acabou em segundo, demonstrou o seu poderio numa prova de três semanas. Uma Volta a França muito favorável para os trepadores será em princípio o principal objetivo de Enric Mas na temporada 2020, na qual pela primeira vez na sua carreira terá uma equipa com vários trepadores ao seu serviço. Enric Mas é a grande esperança do ciclismo espanhol para os próximos anos.

4. NAIRO QUINTANA (ARKÉA SAMSIC)

Surpreende ver um vencedor da Volta a Espanha e da Volta a Itália, e com seis pódios em grandes voltas, a correr numa equipa Profissional Continental. Depois de dois anos irregulares e de contínuos altos e baixos - nos quais alternou vitórias de etapa no Tour e na Vuelta com decepções e polémicas na Movistar -, um dos melhores trepadores do pelotão abandona a equipa na qual militou nas oito últimas temporadas para liderar o ambicioso projeto da Arkéa Samsic, na qual coincidirá com Warren Barguil, Nacer Bouhanni, Diego Rosa ou os seus homens de confiança Winner Anacona e o seu irmão Dayer. A Arkéa tem certamente assegurado o convite para o Tour 2020, mas o problema é que esta poderá ser a única grande prova onde esta formação francesa estará presente.

5. MIKEL LANDA (BAHRAIN MERIDA)

Quarto no Giro e sexto no Tour de 2019, Mikel Landa abandonou a Movistar Team - onde correu nos últimos dois anos - sem poder dar o grande salto que se esperava. O ciclista ambiciona conseguir evoluir na Bahrain-Merida, onde estará nas próximas duas temporadas (2020-2021), ocupando um espaço deixado vago por Vincenzo Nibali. Pelo menos na Bahrain não haverá problemas de liderança, algo que o deixou visivelmente irritado quando corria na formação espanhola. Landa terá como grande objetivo o Tour em 2020 e terá com colegas de equipa Wout Poels, Dylan Teuns, Matej Mohoric, Pello Bilbao, Mark Padun ou o seu companheiro na Movistar Rafa Valls.

6. RICHARD CARAPAZ (TEAM INEOS)

O equatoriano - que se consagrou este ano o vencedor da Volta a Itália - protagonizou uma das mais espectaculares contratações, ao abandonar a Movistar e assinar pela Ineos por três temporadas. O potencial da equipa britânica é tal que junta quatro vencedores recentes de grandes voltas: Chris Froome, Geraint Thomas, Egan Bernal e o próprio Carapaz. Mas há mais nomes sonantes como Iván Sosa, Sivakov, Kwiatkowski, Geoghegan Hart...

7. ELIA VIVIANI (COFIDIS)

O italiano, o melhor velocista do pelotão nos últimos anos (com nada mais nada menos do que 29 vitórias nas duas últimas temporadas ao serviço da Quickstep), abandona a segurança da equipa belga, onde contava com um impressionante "comboio" à sua disposição, para assinar pela Cofidis que se reforçou bastante fruto da potencial subida ao escalão World Tour. Fabio Sabatini também assinou pela Cofidis, sendo um dos seus lançadores de confiança desde os tempos da Liquigas, Cannondale e Quickstep. Além disso, contará com a ajuda de Christophe Laporte. Viviani já disse que em 2020 pretende ganhar mais etapas na Volta a França e em termos de clássicas, gostaría de ganhar a Milão-San Remo e a Gante-Wevelgem.

8. PHILIPPE GILBERT (LOTTO SOUDAL)

Aos 37 anos, o belga continua em boa forma, como demonstrou esta temporada ganhando a Paris-Roubaix e duas das etapas mais espetaculares da Volta a Espanha (Bilbao e Guadalajara). Gilbert regressa à Lotto-Soudal (assinou por três temporadas), uma formação onde foi muito feliz, com triunfos na Liége-Bastogne-Liége, Tour da Lombardia, Amstel Gold Race bem como vitórias no Tour e na Vuelta. Com 75 triunfos no seu palmarés, espera continuar a somar vitórias numa equipa desenhada para brilhar em provas de um dia e Clássicas.

9. MATTEO TRENTIN (CCC TEAM)

O italiano - campeão da Europa em 2018 e vencedor este ano de uma etapa no Tour - é a grande contratação da formação polaca, que se reforçou muito e bem com outras incorporações de grande nível como Ilnur Zakarin, Fausto Masnada ou Jan Hirt. Trentin é um ciclista versátil, com 25 vitórias no seu palmarés, sendo um reforço importante para a CCC, tanto nas principais clássicas, onde correrá com o apoio de Greg van Avermaet, como nas grandes voltas, onde lutará por vitórias de etapa (já soma oito entre Tour, Giro e Vuelta).

10. WOUT POELS (BAHRAIN MERIDA)

Após cinco temporadas em grande nível na Team Sky/Ineos, o holandês de 32 anos abandona uma estrutura britânica pejada de líderes para ganhar protagonismo na equipa Bahrain Merida, onde será um dos escudeiros de Mikel Landa, tendo também liberdade para tentar vitórias em etapas. No seu palmarés destacam-se 19 vitórias, algumas do nível de uma Liége-Bastogne-Liége e uma Volta à Comunidade Valenciana - ambas em 2016 - e vitórias de etapa na París-Nice, Dauphiné, Tirreno-Adriatico, Volta à Catalunha, Itzulia... As clássicas das Ardenas serão a prioridade de Poels, bem como as Grandes Voltas.

OTRAS CONTRATAÇÕES DE PESO:

Tiesj Benoot (Team Sunweb, oriundo da Lotto Soudal)

Dan Martin (Israel Cycling Academy, oriundo da UAE Team Emirates)

Victor Campenaerts (Team NTT, oriundo da Lotto Soudal)

Pello Bilbao (Bahrain Merida, oriundo da Astana Pro Team)

John Degenkolb (Lotto Soudal, oriundo da Trek-Segafredo)

Ilnur Zakarin (CCC Team, oriundo da Katusha-Alpecin)

Davide Formolo (UAE Team-Emirates, oriundo da BORA-hansgrohe)

Rúben Guerreiro (EF Education First, oriundo da Katusha-Alpecin)

Fausto Masnada (CCC Team, oriundo da Androni Giocattoli)

Guillaume Martin (Cofidis, oriundo da Wanty-Gobert)

Alex Aranburu (Astana Pro Team, oriundo da Caja Rural-Seguros RGA)

Magnus Cort Nielsen (EF Education First, oriundo da Astana Pro Team)

Etiquetas:

Relacionado