A Volta ao Algarve começou com o pé esquerdo, mas a organização da prova assegura que tudo fará para que tal não se volte a suceder. Lembramos que a primeira etapa ficou marcada por um engano dos ciclistas na reta da meta, seguindo pela faixa reservada para os carros de apoio, quando deveriam ter virado para a faixa balizada.
Segundo o que apurámos, a culpa não pode ser atribuída exclusivamente à organização, que de facto tinha um elemento no ponto de divisão, mas provavelmente deveria ter sido mais expedito a sinalizar a direção dos ciclistas. Em todo o caso, e em defesa da organização da prova, relembramos que os diretores e os ciclistas têm o livro de corrida, onde estão indicadas todas as direções, com mapas, gráficos, sinaléticas e "pontos quentes". Os rádios de comunicação entre as equipas e os ciclistas servem para isso mesmo, ou seja, para explicar detalhes como este, sobretudo quando os ciclistas circulam a mais de 60 km/h e não têm tempo para ver sinalética.
Este aspeto foi abordado ontem à noite por algumas equipas e temos uma recomendação a fazer à organização. Em zonas onde se atingem velocidades elevadas (descidas, rotundas, retas da meta), deve existir sempre com pelo menos 200 metros de distância um sistema sonoro e visual para alertar os ciclistas. Este sistema já está a ser usado pela ASO e, do nosso ponto de vista, é a melhor solução para evitar acidentes em casos destes.
Em todo o caso, como referiram alguns ciclistas que preferiram não reagir a quente após o incidente de ontem, "são coisas que acontecem e apenas seguimos na roda dos que iam na frente, portanto enganámo-nos devido a eles".
SEGUNDA ETAPA MAIS DURA
Uma das grandes novidades desta segunda etapa, que será propícia a fugas e será decidida pelos melhores trepadores, é a subida ao Alto da Foia que será feita pela vertente norte da serra, que possui partes mais difíceis e a inclinação é menos constante.
Esta subida tem 8,4 km e a fase mais dura, a 3,5 km da meta, tem uma secção de 1 km a uma pendente média de 10%. Ciclistas leves e com uma relação peso/potência considerável são os que têm mais possibilidades de vingar nesta jornada e apostamos que Primoz Roglic e Jonas Vingegaard vão querer mostrar que estão em Portugal não apenas para colocar quilómetros nas pernas, mas também para somar vitórias. Destaque também para as duas contagens de montanha, uma ao quilómetro 141,5 em Marmelete (terceira categoria) e outra a 10 km da meta (segunda categoria) na Pomba.
Embora a decisão da etapa esteja reservada aos trepadores, os sprinters terão a possibilidade de somar pontos para a Camisola Verde em Monchique, a 22 km da meta, onde estará situada uma Meta Volante.