A idade não é um entrave, e isso mesmo ficou provado com mais um resultado de elevadíssimo nível do português Rui Portela, que ganhou a medalha de bronze nos Mundiais de Masters em Downhill, prova que decorreu no Quebec (Canadá), mais precisamente em Mont Sainte-Anne.
Portela iniciou a sua carreira de atleta de Downhill aos 46 anos tendo alcançado um palmarés impressionante num curto espaço de tempo, logo a partir dos 50 anos quando, a nível interno, competia com pilotos de categoria etária mais jovem (master 40) por ausência de categoria Master 50.
Foi nessas condições que em Portugal obteve uma vitória na prova mais importante do calendário Nacional em 2009, a Maxxis Cup International (Fafe).
A nível internacional o seu maior feito neste escalão aconteceu em 2008 em França, ao alcançar o 5º lugar no Campeonato do Mundo de Master 50.
Em Andorra, no ano passado, numa das pistas mais difíceis do circuito Mundial, o Portela alcançou mais um feito histórico para o downhill, ao conquistar o titulo de vice-campeão Mundial de Master 60.
Este ano, Rui Portela passou a ter aconselhamento especializado de um atleta de créditos firmados, e com muitos anos de experiência, o Márcio "Golias" Ferreira. Além disso, Portela optou pelo visionamento de muitos videos para memorizar a pista de Mont Sainte Anne.
“Só não contei com as condições atmosféricas extremamente adversas e a dureza extrema da pista. Ficámos todos surpreendidos com a decisão da UCI de alterar a pista dos prós que todos conheciam de ver tantos anos seguidos na TV. Só o primeiro terço da pista ficou igual e a parte final na meta. Incompreensivel e altamente contestável pois os 2/3 de pista nova que escolheram eram bem mais difíceis do que a original. A acumulação de água e lama sobre as grandes pedreiras e raízes da nova secção da pista tornaram-na extremamente difícil, perigosa e imprevisivel. O esforço foi brutal, nos 2900 metros de pista! Houve muitas quedas durante os treinos e cada descida tornava a pista diferente. Todos sofreram com isso, mas sobretudo os pilotos que nos respetivos países não têm tantas oportunidades de treinar nessas condições.", referiu o atleta nacional.
Chegar inteiro ao fim e com um pódio foi um feito que Rui Portela nunca mais esquecerá. “Posso assegurar que a conquista deste 3º lugar este ano foi bem mais difícil do que o titulo de vice campeão do Mundo alcançado em 2018 em Andorra.", confessou.
"A conquista da camisa arco-íris no próximo ano em França continua a ser um objetivo tangível. É para isso que já comecei a trabalhar a partir desta semana!“, referiu no final.