Não há dúvida que Pogacar é de outra galáxia. Depois de ganhar em 2020 na cronoescalada final, gerando uma reviravolta que culminou com a sua vitória no Tour, o esloveno repetiu o feito hoje, mas numa etapa em linha. O final em La Planche des Belles Filles foi apimentado com um quilómetro extra em sterrato, totalizando essa subida 7 km a 8.7%.
Foi uma 7ª etapa vibrante, com nova vitória de Pogacar após um duelo com Jonas Vingegaard, o novo líder da Jumbo-Visma após Roglic deslocar o ombro e perder tempo. Aliás, o jovem da Jumbo é atualmente o grande rival de Pogacar no Tour. Agora, o dinamarquês está a 35 segundos na classificação geral e os restantes rivais já estão a mais de um minuto.
O alemão da BORA, Lennard Kamna demonstrou ser o mais forte da fuga de hoje e entrou no quilómetro final com 35 segundos de vantagem. Parecia suficiente, mas ainda faltava a parte mais dura da subida, ou seja, as secções de terra batida com rampas de até 24%. Rafal Majka liderava o grupo de perseguidores, mas visivelmente desgastado, indicou ao seu líder que tinha chegado a hora de ele atacar. O camisola amarela impôs o seu ritmo e só Vingegaard, Roglic, Bardet, Yates e Geraint Thomas conseguiram acompanhar.
Kamna estava em grandes dificuldades, tentando manter-se na liderança, mas Vingegaard veio de trás e atacou, passando o alemão a 75 metros da meta. Atrás dele, seguiu Pogacar e nos metros finais um duelo intenso entre ambos acabou com nova vitória de Pogacar, a caminho do seu terceiro Tour. É a sua oitava vitória na Volta a França e a número 42 da sua carreira, com apenas 23 anos.
Amanhã os ciclistas vão deambular entre a França e a Suíça, numa ligação entre Dole e Lausanne. Trata-se de uma jornada de média montanha com 186,3 km e quatro contagens de 3ª e 4ª categoria, com final em Cote du Stade Olympique (4,8 km a 4,6%).