Numa corrida de 144,3 km, disputada com grande calculismo pela maior parte dos candidatos ao triunfo, foi a subida final ao Castelo da Feira a decidir o vencedor. E o irmão de Daniela Campos – que também triunfou entre a elite feminina – foi aquele que guardou mais energia para a sexta vez que os corredores passaram na subida de empedrado.
A prova foi muito tática, com uma fuga de quinze corredores a comandar a maior parte da corrida. Foi um grupo em que marcaram presença com mais do que um elemento as equipas mais apetrechadas para lutarem pela vitória: Gi Group Holding-Simoldes-UDO, Credibom-LA Almínios-Marcos Car e Óbidos Cycling Team.
As duas equipas continentais reservaram os principais elementos no pelotão, mas a formação de clube colocou as melhores armas na frente. A passagem dos quilómetros, contudo, fez desta uma corrida de eliminação. Da fuga e do pelotão sobraram cerca 15 ciclistas, que vieram a discutir a corrida.
Na última das cinco voltas completas ao circuito feirense ainda se registaram algumas escaramuças, mas os candidatos chegaram juntos às rampas empedradas do Castelo. Noah Campos foi quem reservou mais forças para o final e celebrou o título nacional de sub-23 com 3h36m31s, batendo Lucas Lopes por dois segundos. O terceiro, a quatro segundos, foi um dos fugitivos do dia, João Oliveira (Credibom-LA Alumínios-Marcos Car).
“Esta vitória é muito importante para mim. Desde que me iniciei no ciclismo, há 15 anos, sempre quis ser campeão nacional e até hoje nunca tinha acontecido. Este dia vai ficar para a história. A corrida foi muito imprevisível, porque todos querem ganhar e nem sempre se trabalha em equipa. Felizmente, tenho uns grandes colegas de equipa, a quem tenho de agradecer, porque me ajudaram para que isto fosse possível. Vencer no mesmo dia em que a Daniela foi campeã tem um sabor especial”, confessou Noah Campos, após a cerimónia de pódio.