Tadej Pogacar (UAE Team Emirates) ganhou categoricamente a Volta a Itália. Na etapa de consagração em Roma (125 km), a vitória foi obtida pelo belga Tim Merlier (Soudal-Quick Step), num sprint vigoroso onde não teve rivais.
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— Eurosport.es (@Eurosport_ES) May 26, 2024
⚡ El belga logra el hat-trick al esprint en la última etapa e iguala a Milan como mejor velocista
🩷 Pogacar conquista su primer Giro de Italia y pone la primera piedra del doblete.#GirodItalia | #LaCasadelCiclismo pic.twitter.com/sHg1JROaUO
Como é hábito, esta última etapa da Volta a Itália foi gerida com tranquilidade em homenagem ao vencedor indiscutível, Tadej Pogacar, que foi proclamado "imperador do Giro" junto ao Coliseu Romano, ainda por cima no seu ano de estreia nesta competição de três semanas. O vencedor desta última etapa, Merlier, bateu ao sprint Jonathan Milan, terminando a jornada a uma média de 43,6 km/h.
Pogacar cruzou a linha de meta acompanhado pelos seus colegas de equipa, todos vestidos de cor de rosa. Foram três semanas de domínio absoluto, com uma demonstração de controlo fora de série.
"Não tenho palavras para definir este momento, é emocionante. Foi um Giro muito bonito, os fãs são incríveis e estas três semanas foram uma loucura"
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Lembramos que Pogacar tem somente 25 anos e já venceu a Volta a França duas vezes. Com esta vitória na Volta a Itália, soma a terceira vitória em grandes voltas. Nesta edição da Volta a Itália ganhou seis etapas, além do prémio da montanha.
A vantagem sobre os rivais mais diretos é ainda mais assombrosa: ronda os 10 minutos sobre Daniel Felipe Martínez e Geraint Thomas. Não víamos algo assim desde o Giro de 1965. E para além de dominar na montanha, no contrarrelógio também demonstrou que está num nível estratosférico.
Pogacar entrou neste Giro desde a primeira etapa com a intenção de envergar a camisola rosa o mais rápido possível e conseguiu com todo o mérito. Mas não nos podemos esquecer que na Volta a França o nível dos seus rivais será muito superior.
A presença de Vingegaard ainda é uma incógnita, mas terá outros rivais de grande nível como o seu compatriota Primoz Roglic, Remco Evenepol, Juan Ayuso, Carlos Rodríguez, entre outros.
João Almeida também marcará presença e tudo indica que partilhará a liderança com Ayuso, mas tendo em conta as opções táticas da formação dos Emirados Árabes Unidos, Ayuso será a peça principal, e todos os restantes serão gregários de luxo.
Voltando a Tadej Pogacar, já há quem faça comparações com o "Canibal " Eddy Merckx. Mas o belga tem um palmarés ainda bastante superior ao do esloveno: 5 Tour, 5 Giros, 3 Mundiais e 276 vitórias no palmarés.
Por enquanto, Pogacar acumula 2 Voltas a França (e 11 etapas), uma Volta a Itália (e 6 etapas), 3 Lombardias, 2 Liège-Bastogne-Liège, 2 Strade Bianche, um Tour de Flandres... num total de 77 vitórias, 14 delas esta temporada.
A vitória de Pogacar neste Giro retira-lhe alguma pressão, depois de a Visma-Lease a Bike ter dominado a temporada de 2023 no que diz respeito a grandes voltas, mas como o objetivo do esloveno é fazer a dobradinha, ou seja, vencer também a Volta a França - algo que ninguém conseguiu desde o resultado histórico de Pantani em 1998 - todos os olhares vão estar em cima dele na partida da prova francesa, quer ele queira, quer não. Mesmo assim, há quem tenha conseguido fazer a dobradinha (Giro e Tour no mesmo ano) três vezes: Eddy Merckx em 1970, 1972 e 1974.
MILAN, TIBERI E DECATHLON TAMBÉM SAEM CONSAGRADOS
Nas restantes classificações Tadej Pogacar também foi consagrado o melhor trepador, fruto das suas exibições nas etapas de montanha, vencendo em Oropa, Prati di Tivo, Livigno, Monte Pana e Monte Grappa.
O vencedor da camisola dos pontos (ciclamino) foi o italiano Jonathan Milan (Lidl-Trek), que somou três vitórias, enquanto o melhor jovem foi o também italiano Antonio Tiberi (Bahrain Victorious). A Decathlon AG2R La Mondiale venceu a classificação coletiva.
RUI OLIVEIRA: O TRABALHADOR INCANSÁVEL
Poucas vezes os gregários aparecem nas notícias, mas fazemos questão de salientar o grande trabalho feito por Rui Oliveira. Todos os dias o ciclista português da UAE Team Emirates teve uma missão, que incluía, como elemento da equipa que tinha o líder da prova, controlar o ritmo até à entrada nas montanhas, assegurar que Pogacar estava bem colocado e tinha tudo o que precisava e, nas etapas ao sprint, ajudar o seu companheiro Sebastian Molano a chegar aos metros finais na melhor posição possível.
Pogacar agradeceu o seu trabalho, o que nem todos os chefes de fila fazem. Até neste pormenor o esloveno é diferente.
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