Após o dia de descanso, a Volta a França entrou finalmente nos Alpes, numa etapa de média montanha que serviu de aperitivo para as duas grandes batalhas alpinas que esperam os ciclistas amanhã e no dia seguinte, com o Col du Granon e o Alpe d´Huez como grandes finais.
Esta 10ª etapa (entre Morzine e Megève, com 148,1 km) teve um pouco de tudo: um início inquietante devido às notícias relacionadas com o COVID 19, uma fuga com 25 ciclistas, uma manifestação que obrigou a corrida a ser neutralizada, emoção pela liderança (com Lennard Kamna a ser líder vitual da corrida durante alguns quilómetros, embora no final não a tenha vestido por escassos segundos) e um ataque de Luis León Sánchez, a cerca de 6 km da meta, tendo acabado em terceiro. Além disso, Magnus Cirt conseguiu ganhar em Megève após abter o australiano Nick Schultz (BikeExchange-Jayco) num final em que foi necessário recorrer ao photo finish.
Para o dinamarquês da EF Education-EasyPost, o ciclista mais combativo deste Tour, é a sua segunda vitória na prova e a 23ª da sua carreira profissional, que também inclui seis vitórias na Vuelta.
O veterano Luis León Sánchez ainda fez com que os espanhóis sonhassem com a vitória, mas teve de se conformar com a terceira posição. O murciano da Bahrain Victorious atacou a cerca de 6 km da meta - a 4 do alto de Montée de Megève (19,2 km a 4,1%) - e chegou a ter mais de 25 segundos de vantagem face a 10 dos seus companheiros de fuga. Mas Schultz, Matteo Jorgenson e Van Baarle apanharam-no e depois ainda conseguiram entrar mais ciclistas, por isso teve de lutar pela vitória ao sprint num terreno ascendente, onde mostrou estar visivelmente cansado. Além de ter sido terceiro na etapa, ainda entrou no Top 10 da classificação geral.
A 22 segundos do vencedor cortou a meta Lennard Kamna, que ainda sonha com a camisola amarela. Mas o pelotão, encabeçado por Pogacar e Vingegaard chegou a 8´54. Notou-se que a sua equipa está a rebentar pelas costuras. Pogacar só tem cinco companheiros em prova e dois deles (Hirschi e Marc Soler) hoje mostraram grandes debilidades.
Amanhã chega a primeira grande etapa de montanha. Será curta, mas intensa e terá quatro subidas de alto índice de dureza. A primeira será Lacets de Montvernier (3,4 km a 8,2%), depois Col du Telégraphe (11,9 km a 7,1%), logo a seguir Col du Galibier (categoria especial de 17,7 km a 6,9%, com o alto a 2.642 metros), e após uma longa descida até Saint Chaffrey resta a subida final ao duríssimo Col du Granon (categoria especial, 11,3 km a 9,2%).