Muitas dúvidas circulam nas redes sociais. Será que Sepp Kuss se está a dar bem com os ataques dos seus colegas? O que se passa dentro da Jumbo-Visma? A nossa jornalista Ainara Hernando perguntou a Kuss.
- Sentes que agora estás mais perto de chegar a Madrid com a camisola vermelha de líder?
- Sim, claro. Superámos as etapas mais importantes e duras. Falta uma plana e é necessário estarmos muito concentrados e ainda temos a serra de Madrid, que tem sempre alguns percalços.
- Na quarta feira houve uma reunião da equipa e parece que ontem as coisas correram de maneira diferente...
- Sim, mantivemos mais ou menos constante o ritmo com o apoio do Jonas. Ele puxou quase desde o início da subida, fez um trabalho fantástico. O Primoz esteve sempre ali perto de mim, apoiando-me se fosse necessário.
- Sentiste que este foi o momento em que mais apoio te deram ao longo desta Vuelta?
- É difícil dizer, porque antes não queríamos saber quem era o mais forte, mas sim saber como estávamos entre nós e a etapa do Angliru era um pouco estranha para ter essa noção... para mim... não quero entrar em polémicas, mas... sim (risos).
- Perguntámos ao Jonas se acredita que tu vais levar a camisola de líder até Madrid e ele disse que vão lutar para que assim seja.
- Sim, como disse antes, decidimos correr de uma maneira mais defensiva porque temos uma boa margem para o pódio e tenho de lhes agradecer pela ajuda, especialmente ontem. Temos uma equipa muito especial, muito forte, e nunca é fácil ter campeões na mesma equipa porque cada um tem objetivos próprios, isso é normal. Eu estou metido no meio disso tudo e tenho de estar muito feliz por estar com a camisola vermelha.
- Tinhas consciência de que és o ciclista mais forte na Vuelta? Que essa camisola que envergas é merecida?
- Sim. A cada dia que passa, vou descobrindo mais e ganhando mais confiança. Estou cada vez melhor, mais focado e mais confiante. E isso é muito especial.
- Os fãs adoram-te. Qual achas que é o motivo por seres tão aplaudido?
- Não sei, é uma boa pergunta. Porque sou humano... Sou mais ciclista do que competidor.
- Disseste antes que não foram dias difíceis, mas sim diferentes. Porquê?
- Primeiro, porque nunca esperava estar nesta situação. Não sou um vencedor no sentido de que tenho de ganhar a todo o custo. A maioria dos vencedores atualmente tem sangue frio para conseguir ganhar. Eu não tenho! (risos) Mas por vezes temos de lutar pelo que é nosso e dizer coisas duras ou mais claras.