A dois quilómetros do topo do Angliru, após superadas as terríveis rampas de La Cueña les Cabres, e ainda na parte mais dura da montanha, sempre acima dos 20% de pendente, vimos a imagem que vai marcar a Volta a Espanha 2023: os três ciclistas da Jumbo-Visma a rolar na dianteira, já sem rivais na sua roda. Dominaram e mostraram que são os mais fortes, num domínio sem precedentes na história.
Mas ao contrário das expetativas, o vencedor da Vuelta ainda não foi encontrado porque a Jumbo-Visma deu liberdade aos seus três líderes e a camisola vermelha ficará com o que mostrar menos debilidades. Nos últimos quilómetros, Roglic e Vingegaard aumentaram o ritmo e Kuss começou a ceder.
Mikel Landa conseguiu fazer uma etapa fenomenal e foi a sua equipa, a Bahrain-Victorious, que mais luta deu à Jumbo-Visma. A roda de Landa de certa forma foi uma ajuda para o norte-americano, que conseguiu segurar a liderança por somente 8 segundos. Sem piedade dos seus companheiros de equipa, um dos Jumbo-Visma sairá certamente vencedor da Volta a Espanha.
Primoz Roglic ganhou a etapa sem a oposição de Vingegaard e quase nem celebrou. Hoje foi a vez do esloveno, após a vitória do dinamarquês em Bejes. Já levam duas vitórias cada um.
Graças a uma etapa de grande nível, Mikel Landa sobe ao quinto posto da geral, a 4m16, superando Enric Mas, que cai para o sexto lugar. João Almeida foi sexto na etapa e agora está em nono lugar da geral, a 9m26 de Kuss.
Amanhã os ciclistas terão mais montanha na 18ª etapa (Pola de Allande - La Cruz de Linares), uma jornada de 178,9 km que terá mais uma chegada em alto (ainda por cima inédito, em La Cruz de Linares), uma subida exigente de 8,3 km a 8,6% que os ciclistas terão de subir duas vezes nos últimos 35 km. Mas antes, terão de subir mais três ascensões, incluindo San Lorenzo, de primeira categoria com 9,9 km a 8,6%.