O trio português, formado por João Almeida, Tiago Antunes e pelo aniversariante Rui Costa - António Morgado não alinhou devido a um quadro de queixas gastrointestinais - teve pela frente um percurso de 202,5 km, marcados por várias subidas exigentes, com destaque para as três passagens em Saint-Romain-de-Lerps (7 km com pendente média de 7%), num total de 3.306 metros de desnível acumulado.
Tiago Antunes integrou a fuga do dia e esteve em bom plano, mas acabou por descolar na última passagem pela subida mais longa e exigente do percurso. Acabou por juntar-se a Rui Costa na luta por um lugar entre os 20 primeiros, que apenas não foi possível porque os dois corredores foram forçados a abandonar a corrida à penúltima passagem pela meta, juntamente com um grupo numeroso de ciclistas. Antes, João Almeida, fisicamente debilitado, já havia abandonado a prova.
"A regra indica que os ciclistas têm de encostar quando passam na meta para o circuito a mais de dez minutos e foi o que nos aconteceu quando faltavam duas voltas. Só estavam 17 corredores à nossa frente, por isso não estamos a falar da luta pelo octogésimo lugar. Não se compreende, mas é a regra. O grupo do Tiago e do Rui iria aproximar-se e podíamos disputar os 15 primeiros lugares”, explica José Poeira.
Apenas 17 corredores e oito nações das 31 presentes à partida terminaram a prova de fundo da elite masculina, o número mais baixo da história da competição. A corrida foi vencida pelo esloveno Tadej Pogačar, que completou os 202,5 km em 4h59m29s, 75 dos quais a solo.
“O Tiago esteve na fuga e conseguiu uma boa prestação. Estava na frente quando houve o ataque e integrou um segundo grupo, mas não passou por pouco no final da subida e ficou sozinho. Se tivesse conseguido ficar no grupo, provavelmente poderia ter disputado os dez primeiros lugares”, analisa o Selecionador Nacional.
"O balanço é negativo porque vínhamos para lutar por um bom resultado e temos qualidade para isso. A sorte não esteve do nosso lado. Estive doente esta semana, infelizmente, e limitou-me muito a forma física. Hoje já estava melhor, mas numa corrida deste nível temos de estar a cem por cento e às vezes não chega. Demos o nosso melhor, mas gostava ter conseguido um bom resultado com a camisola de Portugal ao peito", avalia João Almeida.
A prova deste domingo encerrou o Campeonato da Europa 2025, no qual Portugal esteve representado por 24 ciclistas entre as várias categorias em prova. Para a história fica a prestação de Lucas Lopes, oitavo na prova de fundo de sub-23, uma posição apenas superada pela vitória de Cândido Barbosa, em 1996, e pelo segundo lugar de Nelson Oliveira, em 2010.