Após as declarações feitas ontem tanto pela GreenEDGE como pela Manuela Fundación, o caldo ficou entornado. As partes desentenderam-se e o resultado é o fim do acordo estabelecido. "Após uma cuidadosa análise, a GreenEDGE Cycling informou hoje o Sr. Francisco Huertas, proprietário de Manuela Fundación, que não procederá à assinatura do acordo estabelecido no dia 5 de junho de 2020", disse o comunicado.
No mesmo comunicado, Gerry Ryan da GreenEDGE explicou que sentia inicialmente uma forte conexão com o Sr. Francisco Huertas, com a Manuela Fundación e com os seus nobre objetivos. Contudo "à medida que as negociações foram evoluindo após o anúncio oficial na quinta feira, concluímos que a relação não continuará", referiu.
No mesmo comunicado confirmam que as equipas masculina e feminina da GreenEDGE Cycling voltarão a competir no próximo mês sob a designação que tinham (Mitchelton-Scott), com uma estrutura financeira e técnica gerida integralmente por Gerry Ryan. "A crise global da Covid-19 implicou muitos desafios novos, mas o nosso foco principal continua a ser os nossos ciclistas de classe mundial e o nosso staff. Isto incluirá o regresso do pagamento integral dos salários para todos os corredores e staff logo que as provas World Tour regressem em Agosto, e um compromisso de continuarmos em 2021, enquanto procuramos um patrocínio adequado".
A quebra deste acordo aconteceu somente seis dias depois do anúncio do mesmo. Nessa altura foi comunicado que a equipa World Tour, com licença australiana, passaria a chamar-se Team Manuela Fundacion e que começaria a competir na Volta a Burgos, com a nova denominação e uma nova imagem no seu equipamento.
Ontem ficaram evidentes publicamente as discrepâncias entre ambas as partes, já que o que Gerry Ryan entendia como um possível acordo de patrocínio (ainda não fechado e sem alteração de propriedade da equipa e da licença World Tour), por parte da Fundação Manuela o que foi anunciado foi uma alteração de propriedade e um acordo já fechado.
O comunicado da GreenEDGE Cycling diz que não assinou o acordo, portanto o mesmo não é vinculativo. Assim, com este comunicado, a GreenEDGE dá por finalizadas as relações entre as duas partes.
A RESPOSTA DA MANUELA FUNDACIÓN
Em declarações à Agência EFE, Miguel Rodríguez, diretor de desportos da Manuela Fundación, qualificou de "surrealista" a situação criada após a decisão da GreenEDGE. "Foi uma surpresa. Enviaram-me um e-mail cinco minutos antes de torná-lo público à imprensa dizendo aquilo que iriam anunciar. É surreal. Foram eles que romperam o acordo e estamos surpreendidos".
Rodríguez voltou a assinalar que "o contrato existe e nós íamos cumprí-lo; esta reviravolta deixou-nos surpreendidos". E acrescentou: "o Gerry Ryan diz da noite para o dia que vai continuar a pagar tudo este ano e inclusivé em 2021, quando há apenas alguns dias não havia dinheiro. Quebraram o acordo, sem nos consultar". Segundo Emilio Rodríguez da Fundação, esta entidade irá "estudar os próximos passos a seguir".