O primeiro dos dois portugueses a competir foi Gonçalo Tavares, sendo aquele que se sentiu melhor com o percurso totalmente plano, sem zonas de descanso, a exigir cadência e esforço constante ao longo de toda a prova.
Mais solto do que no contrarrelógio do Europeu, há duas semanas, o corredor de Proença-a-Nova completou o contrarrelógio de hoje em 27’39’49, mais 2’02’’07 do que o dinamarquês, que conquistou o título mundial em 25’37’’42.
“Hoje senti-me melhor do que no Europeu, num ‘crono’ de caraterísticas diferentes. No Europeu havia zonas em que dava para descansar, respirar um bocado. Aqui tínhamos de ir sempre a pedalar, sempre a fundo. A zona de paralelo, então, foi muito dura! Parecia que a bicicleta não desenvolvia e eu ia ali a saltar. Era mais difícil, mas correu-me melhor do que há duas semanas. Tenho de salientar os incentivos recebidos do carro de apoio, foram fundamentais para aguentar a parte final sem ‘morrer’”, conta Gonçalo Tavares.
António Morgado viveu um dia menos conseguido na bicicleta, sentindo-se incapaz de alcançar os mesmos níveis de rendimento atingidos em ocasiões recentes. Foi o 44.º classificado, com mais 2’15’’38 do que o vencedor.
“Vim a sofrer desde o quilómetro zero. Sempre que tentava ir para um patamar mais alto de potência, tinha de baixar. Não conseguia dar mais do que dei. Hoje deixei tudo o que tinha na estrada”, confessa o natural de Caldas da Rainha.

O selecionador nacional, José Poeira, explica que os dois corredores, sendo ainda juniores de primeiro ano, têm margem de evolução e que o exercício de hoje mostrou uma linha que ambos devem trabalhar mais. “Num contrarrelógio com estas caraterísticas, totalmente plano, e estando os juniores com andamentos condicionados, a cadência é fundamental para melhorar os resultados. Os nossos corredores devem trabalhar esse aspeto. É um dos aspetos a melhorar para futuro”, explica o responsável.
Além do dinamarquês Gustav Wang, que conquistou a medalha de ouro, o pódio também recebeu o britânico Joshua Tarling, que ficou a 20,20 segundos do primeiro, e o belga Alec Segaert, que gastou mais 29,48 segundos do que o campeão mundial.
A Seleção Nacional volta à competição nestes Mundiais da Flandres na sexta-feira. Às 7h15, António Morgado, Diogo Pinto, Gonçalo Tavares e Lucas Lopes iniciam a prova de fundo para juniores, que terá 121,8 quilómetros, com partida e chegada em Lovaina. No mesmo dia, às 12h25, começa a prova de fundo para sub-23, uma corrida de 160,9 quilómetros, entre Antuérpia e Lovaina, em que Portugal estará representado por Fábio Costa, Miguel Salgueiro e Pedro Miguel Lopes.