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Girmay venceu a primeira disputa ao sprint no Tour e Carapaz é o novo líder

Num final algo acidentado, devido a uma queda que deixou Philipsen fora da luta pela etapa, o eritreo da equipa Intermaché ganhou em Turim ao sprint batendo Gaviria, De Lie, Pedersen e Groenewegen. A classificação geral tem um novo líder, no dia que antecede o Galibier. 

FERNANDO BELDA E CARLOS PINTO. FOTOS: SPRINT CYCLING AGENCY

Girmay venceu a primeira disputa ao sprint no Tour e Carapaz é o novo líder
Girmay venceu a primeira disputa ao sprint no Tour e Carapaz é o novo líder

Esta foi a maior etapa do Tour (230,5 km entre Piacenza e Turim) e simbolizou a primeira oportunidade para os sprinters. Mas a jornada acabou por ficar marcada por uma queda coletiva a 2,3 km da meta, que afetou Jasper Philipsen, entre outros. A vitória foi decidida ao sprint, com Biniam Girmay (Intermarché-Wanty) a ser o vencedor, batendo Fernando Gaviria (Movistar), Arnaud De Lie (Lotto Dstny), Mads Pedersen (Lidl-Trek) e Dylan Groenewegen (Jayco AIUIa). 

O eritro escreveu mais uma página de ouro para o ciclismo do seu país. É a sua terceira vitória na temporada e a 14ª como ciclista profissional. 

"Esta vitória é para África. Nunca sonhei que conseguiria ganhar no Tour", disse Girmay visivelmente emocionado após cortar a linha de meta. 

Em jogo também estava a camisola amarela, de líder da classificação geral. Quatro ciclistas estavam empatados em termos de tempo (Tadej Pogacar, Remco Evenepoel, Richard Carapaz e Jonas Vingegaard), e a posição nesta etapa definiu o novo dono desta camisola. Aparentemente, só o equatoriano da EF Education-EasyPost estava interessado em vestir a tão ambicionada camisola amanhã na primeira jornada de montanha, na qual os ciclistas terão de subir o mítico Galibier. Carapaz foi 14º na meta, cortando a meta praticamente na roda dos principais sprinters, enquanto Pogacar, Vingegaard e Evenepoel renunciaram de maneira evidente. 

O motivo é simples: quem envergar a amarela amanhã terá trabalhos redobrados, o que, coletivamente, significa um desgaste significativo. Ainda por cima ainda estamos no início da prova, portanto quem trabalhar mais agora, acabará por pagar a fatura mais tarde. 

Em todo o caso, Richard Carapaz acabou de entrar na história, já que entra no restrito lote de ciclistas que já envergaram a camisola de líder nas três grandes voltas, algo que nem Pogacar nem Vingegaard conseguiram. Só outros dois ciclistas presentes nesta Volta a França conseguiram este feito: Primoz Roglic e Mark Cavendish. 

Richard Carapaz, nuevo líder del Tour

Além disso, converte-se no primeiro equatoriano a vestir a camisola de líder no Tour. 

Tadej Pogacar

ETAPA TRANQUILA COM FINAL ARRUINADO

Esta última etapa em solo italiano foi até certo ponto tranquila. Nos primeiros 5 km da etapa a equipa Uno-X atacou através de Johannes Kulset e do líder dos pontos e da montanha Jonas Abrahamsen, e estranhamente ninguem reagiu. Os noruegueses ganharam um minuto e meio de vantagem. O pelotão rolava calmamente a uma média de 35 km/h e vendo que não havia perseguição, os dois ciclistas fizeram algo inédito: pararam e esperaram que o pelotão os apanhasse. 

Nessa altura quem comandava o pelotão eram os ciclistas da Alpecin-Deceuninck (Silvian Dillier) e Lidl-Trek (Tom Declerc). As duas primeiras horas foram feitas a ritmo "de passeio", ou seja, a 37 km/h e na passagem por Tortona foi feita uma homenagem ao lendário Fausto Coppi, duas vezes vencedor do Tour, que faleceu nesta localidade em 1960 depois de contrair malária no Burkina Faso. Só o sprint intermédio em Alexandrie - que teve como vencedor Mads Pedersen - mostrou algum rasto de competitividade. 

A 67 km do fim, o francês Fabien Greiller (TotalEnergies) tentou animar o pelotão, entrando numa fuga que roçou um minuto de vantagem. Mas as equipas dos sprinters - Alpecin e Jayco, principalmente - não permitiram grandes veleidades. Controlaram sempre o andamento e a 28 km da meta apanharam-no, à saída da localidade de Carmagnola.  

A proximidade da meta acelerou a corrida e os nervos, bem como a ansiedade e a tensão, cresceram exponencialmente. Todas as equipas queriam estar bem colocadas e a 7 km uma queda numa rotunda deixou Bruno Armiral algo debilitado. Pouco depois, Mathieu van der Poel furou, ficando sem a possibilidade de ajudar os seus companheiros de equipa no sprint final. Mas os azares da Alpecin não terminaram aqui, porque uma queda coletiva a 2.300 metros da meta deixou Jasper Philipesen arredado de lutar pela vitória. 

 

A queda deixou o pelotão cortado e foi o caos total. O sprint começou cedo, com a Intermarché, a Lidl-Trek e a Decathlon AG2R a tomar a iniciativa. Pedersen seguia vigoroso, bem como Gaviria, mas o eritreo surgiu do nada com um ataque descomunal e venceu a etapa. 

GALIBIER PROMETE ESPETÁCULO

A quarta etapa (Pinerolo-Valloire, com 139,6 km) será a primeira grande etapa de montanha desta edição do Tour. Os ciclistas vão despedir-se de Itália e entrar em território francês numa etapa que terá como grande dificuldade a dificílima subida do Galibier (23 km a 5,1%, que chega aos 2.642 metros de altitude). Após chegarem ao topo, os ciclistas ainda terão de percorrer mais 19 km até à meta em Valloire, através de uma descida rápida. E antes terão de subir Sestrieres e Montgenevere - ambas subidas de segunda categoria - numa jornada que pode ditar as primeiras diferenças entre os favoritos. 

Etapa 04

 

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