A edição deste ano da Volta ao Algarve reúne um lote de luxo, com ciclistas medalhados em Jogos Olímpicos, Campeonatos Europeus e Mundiais. Embora um dos grandes ausentes seja João Almeida (UAE Team Emirates), para infelicidade dos muitos fãs lusos, a verdade é que tanto os turistas estrangeiros presentes, como os muitos portugueses que aproveitaram o Carnaval para prolongar as suas férias e ver a "Algarvia" não deram o seu tempo como mal empregue.
Esta primeira etapa entre Portimão e Lagos (200,8 km) foi feita a bom ritmo e logo ao quilómetro 11 começou a primeira fuga, composta por sete elementos: Tobias Bayer (Alpecin-Deceuninck), Fábio Costa (ABTF Betão-Feirense), Tomás Contte (Aviludo- Louletano-Loulé Concelho), Diogo Narciso (Credibom-LA Alumínios-Marcos Car), Noah Campos (Kelly-Simoldes-UDO), César Fonte (Rádio Popular-Paredes-Boavista) e Gonçalo Amado (Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua).
Obviamente a fuga foi sempre controlada pelas equipas que tinham interesses no sprint final, por isso raramente ultrapassou os 3 minutos. Este consentimento parcial permitiu que o argentino Tomás Connte passasse na frente nas duas contagens de montanha do dia, garantindo a Camisola "Água é Vida".
À medida que os fugitivos iam sendo apanhados, um elemento - o austríaco Tobias Bayer, da Alpecin-Deceuninck -, mostrava uma resiliência notável para este início de época, andando em solitário três dezenas de quilómetros até ser absorvido pelo pelotão quando faltavam cerca de 20 km para a meta. Por este feito, foi eleito o ciclista mais combativo do dia.
A chegada a Lagos tem de ser feita com cuidado e as equipas estavam de sobreaviso, portanto não foi adotado um ritmo louco antes dos 3 km finais. Mesmo assim, uma queda aconteceu precisamente nessa altura. Na reta final, Gerben Thijssen foi o mais rápido ao sprint, batendo Marijn ban der Berg por quatro segundos e Jordi Meeus por seis, envergando a Camisola Amarela e, simultaneamente a verde, dos pontos.
Gerben torna-se assim um dos favoritos para a luta ao sprint nesta edição. Quanto aos melhores lusos, Rui Oliveira foi sexto (melhor representante português a representar uma equipa estrangeira) e Luís Mendonça foi nono (melhor luso de uma equipa nacional).
“No ano passado não consegui começar bem a época, por isso era muito importante começar bem este ano. Já tenho duas vitórias a meio de fevereiro. É incrível! E, a este nível, prova que trabalhei muito durante o inverno para conseguir estar nesta forma. Foi um sprint difícil, devido ao vento de frente e também devido à subida muito inclinada, a dois quilómetros do final. A equipa fez um trabalho extraordinário. Tive os seis colegas a lutar por mim durante toda a etapa. Amanhã vamos trabalhar para o nosso homem da geral, Rune Herregodts."
Quanto às restantes camisolas, Magnus Sheffield (INEOS Grenadiers) enverga a Camisola Branca IPDJ, da juventude. Por falar em INEOS Grenadiers, comanda por equipas.
A segunda etapa vai ligar Lagoa até ao Alto da Fóia, em Monchique, com uma chegada de montanha de primeira categoria. Esta etapa terá 171,9 km e certamente fará uma primeira triagem entre os candidatos à vitória final na Volta ao Algarve.
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