Quando algo tem de correr mal, corre mesmo mal. Numa etapa que tinha tudo para ser espetacular e terminar num cenário idílico, eis que ocorre o impensável. Na aproximação à meta em Lagos e a grande velocidade, a maioria dos ciclistas não viu o aviso para entrarem na reta da meta e seguiram numa estrada paralela, mas fora do percurso, que se destinava ao desvio dos carros de apoio e motas.
Esta situação caricata correu meio mundo através das imagens televisivas e deixou equipas e jornalistas estupefactos. Após o episódio, o Colégio de Comissários esteve reunido e decidiu anular a etapa, segundo o regulamento oficial. Segundo um comunicado dos Comissários, esta decisão foi tomada por "considerar que a verdade desportiva não prevaleceu no final."
"Toda a informação técnica era clara no sentido de que os corredores deveriam seguir pela esquerda na última rotunda. O facto é que alguns seguiram pela direita, numa faixa paralela à reta da meta. Foi uma decisão errada do pelotão, mas é evidente que não teremos feito o suficiente para evitar este desfecho, que muito lamentamos", explicou Sérgio Sousa, diretor da Volta ao Algarve.
No final do dia era evidente a frustração de vários ciclistas, sobretudo os sprinters, que tinham grandes ambições hoje. Também os ciclistas apontados à classificação geral teceram críticas à organização e consideraram lamentável o que aconteceu, mas estão confiantes que não voltará a suceder.
Face à neutralização da etapa, o pelotão vai partir esta quinta-feira para a 2.ª etapa da Volta ao Algarve com o cronómetro a voltar ao zero. A tirada liga Lagoa ao Alto da Fóia (Monchique), numa extensão de 177,6 quilómetros.