Elisa Longo Borghini (Trek-Segafredo) ganhou a segunda edição da Paris-Roubaix feminina, repetindo o feito de outra ciclista da Trek em 2021, Lizzie Deignan. A italiana surpreendeu ao atacar de longe e conseguiu aguentar o ritmo até chegar à meta. A segunda classificada foi Lotte Kopecky (Team SD Worx) e a terceira Lucinda Brand (Trek-Segafredo).
Apesar de ter sido uma corrida muito disputada desde o início, as movimentações mais relevantes só aconteceram nos 50 km finais. A primeira a mexer na corrida foi a atual vencedora do Tour de Flandres, Lotte Kopecky, a qual levou na sua roda Marta Bastianelli (UAE Team ADQ) e Lucinda Brand.
No entanto, o pelotão não deu tréguas e iniciou uma perseguição, sobretudo com um trabalho impressionante da Movistar. Antes de entrarem no setor de Moulin de Vertain, as três fugitivas foram apanhadas pelo pelotão e foi nessa altura que Elisa Longo Borghini atacou. A italiana começou a sua odisseia a 35 km da meta e não foi apanhada.
Emma Norsgaard (Movistar) e Elena Cecchini (Team SD Worx) tiveram a oportunidade de seguir na roda de Borghini no Moulin de Vertain, mas foram incautas e deixaram-se apanhar pelo grupo que seguia pouco atrás. Pensaram que Borghini estava a atacar demasiado cedo e que a fuga não iria vingar, por isso abandonaram a perseguição. Como se viu, foi uma decisão falhada.
Lotte Kopecky, endureceu a corrida, contando com a ajuda de Chantal Van der Broek-Blaak (Team SD Worx) nas zonas de pavé. Dinamitaram o pelotão, fazendo com que apenas um grupo conseguisse acompanhar o ritmo.
Na passagem pelo decisivo Carrefour de l´Arbre, que costuma ser chave na prova, o rumo da prova já estava decidido. Elisa Longo Borghini seguia a uma velocidade elevadíssima nesta secção duríssima (de 5 estrelas em termos de dificuldade) e a 40 segundos seguia Lotte Kopecky, Chantal Van der Broek-Blaak, Lucinda Brand, Ellen Van Dijk (Trek-Segafredo), Marta Cavalli (FDJ Nouvelle Aquitaine Futuroscope), Floortje Mackaij (Team DSM) e Elise Chabbey (Canyon SRAM Racing).
Borghini chegou isolada ao velódromo de Roubaix e saboreou cada pedalada até cruzar a linha de meta. Depois de 35 km a fundo, acabou extenuada e somou mais uma vitória ao seu (já vasto) currículo.
Quanto à lusa Maria Martins, após algum caos no pelotão nos quilómetros finais, acabou em 37º lugar e foi a melhor classificada da equipa Le Col-Wahoo. Ficou a 7m01 da vencedora e foi a segunda melhor ibérica em competição. Parabéns, Maria!