Competição

Andreas Kron ganhou a segunda (assoberbada) etapa da Vuelta

Numa jornada marcada pela polémica, o dinamarquês da Lotto Dstny foi o primeiro a cortar a meta, sendo agora a prova liderada por Andrea Piccolo (EF Education-EasyPost). 

REVISTA CICLISMO A FUNDO / SPRINT CYCLING AGENCY

2 minutos

Andreas Kron ganhou a segunda (assoberbada) etapa da Vuelta

Há coisas no ciclismo que são difíceis de entender. Historicamente as decisões são tomadas tarde e muitas vezes são erradas por vários motivos. Perde o espetáculo, perdem os ciclistas e, no fundo, acabam por perder os fãs da modalidade. Nesta Volta a Espanha que começou há poucos dias, o pior voltou a ocorrer. Se no dia anterior a organização falhou por não pôr em prática um plano B devido às condições climatéricas e de luminosidade, nesta etapa as imagens proporcionadas pela organização foram insuficientes e não dignificam o espetáculo. 

Os ciclistas revoltaram-se antes do início da jornada, ameaçando não continuar em prova se os tempos fossem tomados dado que tudo indicava que iria cair uma tromba de água quando o pelotão chegasse a Montjuic. Se na Volta a França, ninguém se atreve a fazer isto, no Giro e na Vuelta as coisas não são bem assim. Muitas vezes os ciclistas têm razão, porque afinal de contas não são "palhaços", nem a Volta a Espanha é um "circo", mas por outro lado alguns dos pedidos dos ciclistas não fazem sentido. O ciclismo, salvo raras exceções, sempre se caracterizou por ser um desporto diferente, mas aos poucos parece que está a perder a sua essência. 

 

A organização foi obrigada a parar o cronómetro em Montjuic, mas depois recuou e congelou o tempo na entrada do circuito final, a cerca de 9 km da meta. Foi um dia estranho, apesar de haver bonificações, tanto na montanha como na parte final. 

Mas esta não foi a única polémica do dia, dado que Jonas Vingegaard (Jumbo-Visma) quis parar o pelotão após uma debandada de furos e também devido à queda de Primoz Roglic. 

Nesta jornada, ocorreram mais de 15 furos e sensivelmente o mesmo número de quedas, o que testemunha quão difícil está a ser o início desta Vuelta. 

Quanto à vertente competitiva, Javier Romo (Astana Qazaqstan Team) e Andrea Piccolo (EF Education-EasyPost) foram os homens que mais tempo aguentaram na cabeça de corrida e que mais lutaram, obrigando a DSM-Firmenich a aplicar-se a fundo para tentar manter a camisola vermelha que estava na posse de Lorenzo Milesi (o qual veio a cair). 

A equipa neerlandesa não conseguiu reduzir a diferença face a Piccolo, o qual chegou à zona onde estavam a ser anotados os tempos com margem suficiente para ser proclamado o novo líder da Vuelta. 

Mas o vencedor da jornada foi Andreas Kron, que aproveitou as últimas rampas de Montjuic para atacar e ganhar a etapa. O dinamarquês de 25 anos voltou a ganhar na Catalunha dois anos após ter levantado os braços numa etapa da Volta. Kron dedicou a vitória ao seu companheiro de equipa Tijl de Decker, que faleceu há poucos dias. 

Etiquetas:

Relacionados