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Será que a Feira Eurobike está em risco de acabar?

Desde a primeira edição da feira em Friedrichshafen até à mais recente, em Frankfurt, a Eurobike sempre foi objeto de críticas e teve de se reinventar. No entanto, agora o seu futuro está mais incerto do que nunca.

Revista BIKE

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Será que a Feira Eurobike está em risco de acabar?

O anúncio na semana passada por parte da Bosch eBike Systems de não participar como expositor na edição de 2026 do Eurobike fez soar os alarmes. Esta decisão foi comunicada  pouco depois das associações alemãs do setor, ZIV e Zukunft Fahrrad, terem anunciado que cessaram a sua colaboração com a feira mais importante em solo eurpeu. A importância destas duas associações no mercado alemão é gigante e inclusive durante o certame deste ano os comentários nos corredores da feira centravam-se no mesmo: o modelo da feira está demasiado focado no mercado alemão ou centro-europeu e o seu modelo de negócio está em risco. 

O comunicado da Bosch teve impacto e ainda por cima foi feito por Claus Fleischer, responsável máximo da empresa alemã. "Como membro da ZIV, a Bosch eBike Systems apoia a decisão das duas associações do setor, ZIV e Zukunft Fahrrad, tomada após intensos debates com a Fairnamic, organizadores do Eurobike. Pelos motivos expostos no comunicado de imprensa da ZIV, não iremos participar no Eurobike 2026." Várias marcas não marcaram presença na edição deste ano e outras não estarão em 2026, o que coloca em cheque a relevância desta feira. 

Para agravar ainda mais a situação, a principal marca presente desde a primeira edição - nas instalações onde agora se situa um centro comercial -, Paul Lange & Co não confirma se estará presente em 2026. Esta mega empresa, distribuidora da Shimano em toda a Europa Central, também tem dúvidas do caminho adotado pelos organizadores da feira, principalmente nesta nova localização em Frankfurt. 

No caso da Paul Lange & Co não participar em 2026, será certamente a machadada final, dado que passa de ser uma feira internacional para ser uma feira nacional que decorre numas instalações gigantes, num setor que claramente não se sente "cómodo" neste ambiente. 

Os organizadores do Eurobike lançaram uma mensagem tranquilizadora através do seu próprio site. "Nos últimos meses mantivemos um diálogo estreito e construtivo com os atores do setor e recebemos um importante feedback, quer através de questionários, quer através de contatos com as próprias associações, nomeadamente através de um "plano com 10 pontos para melhorar o Eurobike". Muitas destas sugestões foram aplicadas de imediato e incluem, entre outras, o ajuste da duração da feira, a introdução de múltiplas opções para que os expositores contribuam para a feira, bem como a reorientação do programa do congresso". 

Os organizadores também emitiram um comunicado a salientar que em 2026 se vão focar a cem por cento no Eurobike e abandonar o projeto da mobifuture, uma feira paralela focada na mobilidade elétrica e urbana, incluindo e-scooters, microcarros, veículos elétricos utilitários leves, modelos de partilha/frota, soluções de infraestrutura urbana e bicicletas de carga.

Nas próximas semanas serão esclarecidas todas as dúvidas sobre a próxima edição do Eurobike e se, como dizem alguns, Frankfurt acabou por mostrar que afinal o modelo de Friedrichshafen era realmente o melhor. 

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