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Mais um roubo após venda no Wallapop

Em Espanha a notícia do roubo da bicicleta do triatleta Diego Méntrida tornou-se viral. O número de burlas e roubos atingiu valores preocupantes, sobretudo desde que surgiram as aplicações de venda de material usado.

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Mais um roubo após venda no Wallapop

Apesar de em Portugal o jovem triatleta Diego Méntrida ser pouco conhecido, uma atitude sua correu o mundo e tornou-se viral. No Triatlo Cidade de Santander, em Setembro de 2020, Méntrida - na altura com 21 anos - deixou passar James Eagle precisamente antes da linha da meta, dado que o inglês se tinha enganado no percurso na última curva da secção de corrida, perdendo o terceiro lugar a favor de Diego. Este gesto correu o mundo e até o ator Will Smith reconheceu nas redes sociais que ficou emocionado com a atutude do madrileno. 

Hoje, o atleta volta a ser notícia, mas por motivos diferentes. Diego foi vítima de roubo da sua Specialized S-Works Venge, valorizada em 7.600 euros, após a colocar à venda na plataforma Wallapop. 

Estes são os factos relatados pelo próprio Diego. 

Esta é uma publicação que nunca contava ter de fazer, mas lamentavelmente vivemos numa sociedade na qual ocorrem este tipo de factos. 

Após terem roubado a minha Specialized Venge S-Works Disc, escrevo isto para evitar que ocorra a mais alguém. 

Considero-me uma pessoa precavida, embora costume ter bastante confiança nas outras pessoas, o que poderá ter contribuido para ter sido enganado desta forma. 

Comprei esta bicicleta há dois anos e meio com a ajuda financeira e o esforço da minha família. O ano passado, após começar a competir numa equipa, tenho a sorte de me fornecerem as bicicletas para treinar e competir, por isso decidi colocar à venda a Specialized, apesar do afeto que lhe tinha (qualquer um que pratique ciclismo sabe o que isso significa). 

Sei que as burlas e os roubos acontecem todos os dias e mais ainda em aplicações de material em segunda mão como Wallapop, onde qualquer um pode colocar dados falsos. 

Costumo ver sempre o perfil do comprador, certifico-me de que o negócio é feito num local público que conheço e, se necessário, vou sempre acompanhado. 

Mas, por mais precavido que formos, se nos distrairmos um segundo que seja, pode acontecer o que acabou por se passar comigo. 

Na terça feira, comecei a falar através do Wallapop com uma suposta mulher (digo suposta porque tudo o que me disseram acabou por ser mentira). Disse-me que queria comprar a minha bicicleta para oferecer ao seu marido como prenda de aniversário e estivemos a falar dos detalhes da venda. 

Após vários dias a acertar os pormenores, combinei com ela ir a uma urbanização privada em Madrid para entregar a bicicleta ao seu filho. Estava confiante, pois supostamente era um local seguro, com controlo de acesso, segurança, câmaras de vigilância, etc. 

Em nenhum momento durante a conversa com o suposto "filho" suspeitei que me iria roubar a bicicleta. 

Foi precisamente o que acabou por acontecer, fugindo com ela. 

A cara de estúpido com que ficamos depois de algo assim acontecer é incrível. Fiquei decepcionado comigo próprio por ter caído nesta armadilha, mas isto também serviu de reflexão. 

Sei que recuperar a minha bicicleta será muito difícil, mas confio no trabalho da polícia e da Guardia Civil. 

Com isto, quero salientar que o que me aconteceu, pode acontecer a qualquer um (com objetos mais baratos ou mais caros) e que lamentavelmente a partir de agora terei de ser mais desconfiado e ter mais precauções. 

Vivenciar algo assim também permite dar conta que todos os que nos rodeiam estão dispostos a ajudar-nos de forma desinteressada, e isso tem mais peso do que o valor económico que a bicicleta pode ter. 

Obrigado a todos por me ajudarem, quer seja de uma forma, ou de outra!

Felizmente estou bem, e embora financeiramente seja uma perda grande, nada mais tenho a lamentar. 

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