O Festival Bike juntou em Santarém alguns dos principais importadores nacionais (como a Sociedade Comercial do Vouga, o Stand Jasma, a Ciclo Coimbrões, a Castanheira e Castanheira, entre outros), mas notou-se a ausência de algumas das marcas mais representativas no nosso mercado, como a Specialized, a Trek, a Merida, a Giant, a Canyon, a BH, a Orbea, entre outras.
E não foi somente a menor presença de expositores face a anos bem mais "robustos" que se fez notar, mas também o número de visitantes. Apesar de ainda não termos números oficiais, pensamos que a Feira deverá ter recebido perto de 9.000 entradas durante os 3 dias do evento, claramente muito menos do que nos anos áureos.
Este decréscimo no número de expositores e de visitantes não é exclusivo em Portugal. A maior feira mundial - a Eurobike que decorre anualmente na Alemanha - tem vindo a perder gás e está a ser complicado reinventar um conceito que funcionou durante anos a fio. E apesar de haver uma lista de marcas que querem entrar na feira alemã, a verdade é que as marcas de maior dimensão estão a abandonar este conceito e a apostar em eventos próprios, exclusivos para os seus clientes (retalhistas) e para alguns consumidores finais.
Por isso, Portugal não é exceção, mas sim um exemplo do que se está a passar um pouco por todo o mundo. E o exemplo espanhol reflecte isso mesmo, pois a maior feira do país vizinho foi cancelada (iria decorrer precisamente na data do nosso Festival Bike).
E qual será o futuro deste tipo de eventos?
Em Espanha o novo Sea Otter de Girona é um exemplo de algo que pode funcionar. A Feira é outdoor e inclui um grande lote de atrativos: as marcas guardam especificamente para a feira a apresentação de algumas novidades; há um Festival que inclui música, gastronomia, test bikes e competições de grande nível; atletas de renome internacional estão presentes para assinar autógrafos; existem workshops e tertúlias para todos os públicos-alvo que possamos imaginar...
A organização do Festival Bike esforçou-se e disso não tenhamos dúvidas. João Cabreira, o homem encarregado este ano de dinamizar a feira tudo fez para que o evento tivesse mais expositores, contatando os principais agentes da indústria, mas o cenário já estava traçado.
Estiveram as marcas possíveis (Scott, Shimano e restantes importações da SC Vouga, SRAM, BMC e restantes marcas do grupo Ciclo Coimbrões, Prototype, Polisport, Kalkhoff, KTM, Legrand e restantes marcas representadas pela Castanheira e Castanheira, Pivot, Moots, Parlee, as marcas de vestuário 5 Quinas, Fullwear, Flynx, Cofides, Biemme, Bike looks, Pacto, DiGarda e Compressport, bem como a Gold Nutrition, com vários passatempos, a Abimota, a Biciway e os seus sistemas de mobiliário urbano, a espanhola Vitoria, Head, a Swift, a marca de suspensões Ohlins, entre outros).
Ao nível da dinamização, houve BTT com a tradicional maratona, cicloturismo, um Granfondo, sessões de autógrafos, ações de formação nas salas anexas à feira, provas de Dirt e BMX e ainda a chegada no domingo da última etapa da Volta a Portugal do Futuro.
A existência de apenas um pavilhão que nem sequer foi usado na totalidade foi comentado por todos, mas devemos enaltecer quem esteve presente, pois tudo fizeram para que a feira se realizasse. E foram esses expositores, bem como os eventos paralelos escolhidos pela organização do CNEMA que permitiram que durante alguns períodos, a feira estivesse de alguma forma composta.
Na próxima edição da revista BIKE mostraremos as novidades presentes na feira.