A Europa tem vindo a acautelar a entrada de produtos oriundos da China, sobretudo no caso específico das bicicletas elétricas, aqueles a preço de custo ou mesmo inferior. O dumping é uma das principais preocupações da União Europeia, pois em risco poderão ficar empresas ligadas ao setor, bem como largos milhares de empregados ligados a esta indústria. Por esse facto a Europa taxou em 79% as bicicletas elétricas importadas da China, o que poderá, segundo o site Aguedalive, beneficiar as empresas de Águeda.
Águeda congrega há anos várias empresas ligadas ao mundo das bicicletas, e mais recentemente possui o Bike Value, um parque empresarial que congrega fábricas gigantes capazes de produzir milhões de componentes anualmente, embora na atualidade seja a RTE, em Vila Nova de Gaia, a maior exportadora nacional, com uma produção anual estimada de 1.5 milhões de bicicletas.
A taxa aplicada às bicicletas importadas da China deveu-se a uma queixa feita por alguns produtores europeus que acusavam a China de subsidiar governamentalmente as fábricas chinesas, o que é considerado desleal.
Face a este contratempo, e como a procura de bicicletas elétricas em toda a Europa tem vindo a aumentar, é expectável que os países com maior capacidade produtiva neste setor - Portugal está no top 5 - ganhem primazia na subcontratação, sobretudo ao nível de componentes e montagem.
Relembre-se que Portugal tem unidades de produção bastante bem reputadas e que atualmente a SRAM, a Zipp, a Orbea, a Decathlon, a Swift, entre outras marcas, estão a apostar fortemente no mercado luso.
Também a Rodi, a Ciclo Fapril, a Miranda e o consórcio que deriva da junção destas três empresas - a Triangles - pode vir a beneficiar pois em jogo está a relocalização da produção de mais de 700.000 bicicletas elétricas.