comitium

A aerodinâmica no ciclismo

Quando superamos a velocidade de 20 km por hora em cima da bicicleta, de todas as dificuldades que devemos superar, a mais importante é a resistência contra o vento. Houve quem atingisse velocidades impressionantes em bicicletas, digamos assim, pouco convencionais...

MOUNTAINBIKES.PT

A aerodinâmica no ciclismo
A aerodinâmica no ciclismo

 

Um corpo, ao mover-se no espaço, desloca uma quantidade de ar que gera um fluxo, o qual vai aumentando, de maneira direta, quanto maior for a velocidade e a superfície de contato com a atmosfera. Para calcular a resistência que um determinado corpo oferece a qualquer fluido, e o vento é considerado um (resistência induzida), multiplica-se a velocidade, ao quadrado, pela constante 0,25 (0,25 x V2), portanto é diretamente proporcional ao quadrado da velocidade. Ou, dito de outra forma, quanto maior for a velocidade, mais aumenta a resistência aerodinâmica. 

Se tentarmos manter uma determinada velocidade - digamos 30 ou 35 km/h - a maior parte da energia que consumimos durante a pedalada será investida na luta contra o vento. 

Primeiro exemplo: o ovo voador  

Dizem que a reta que existe perto da cidade de Battle Mountain, no estado do Nevada é a mais comprida e plana dos Estados Unidos da América. Esta reta está na Estrada 305 e nela, no passado mês de setembro de 2015, Todd Reichert, após conseguir financiar um projeto que custou 30.000 dólares e que foi obtido através de crowdfunding (na plataforma Kickstarter), bateu o recorde do mundo ao pedalar dentro desta bicicleta específica que desenvolveu com o objetivo de alcançar a máxima velocidade possível. Podemos ou não alegar se isto é uma bicicleta ou não, mas aqui o objetivo foi bater o recorde do mundo de velocidade em algo envolvendo tração humana. 

Todd conseguiu atingir a marca dos 138 km/h e foi capaz de manter essa velocidade de ponta durante apenas 5,1 segundos.

O protótipo da bicicleta, elaborada maioritariamente com fibra de carbono, pesava 25 kg e foi fabricado pela empresa Aero Velo. No vídeo podes ver os momentos mais significativos deste teste. 

Segundo exemplo: uma cremalheira de 120 dentes

Se bastasse apenas que as nossas pernas debitasseem potência, sem padecer das nefastas consequências aerodinâmicas da luta contra o vento, isto seria o que conseguiríamos, tal como fez no dia 16 de março de 2013, Brent Atkins. Oriundo do Canadá, Atkins conseguiu pedalar num rolo a 148 km/h num ginásio em Ottawa. Como não foi preciso enfrentar a resistência aerodinâmica, a retenção pelo roçamento foi mínima e a aceleração da gravidade era constante (ausência de subidas). Brent conseguiu mover uma desmultiplicação de 120 dentes na cremalheira e 15 dentes no carreto traseiro. Aparentemente existe um recorde de 202 km/h em condições similares, mas não conseguimos dados fiáveis, nem testemunhos credíveis.