Desde os primórdios do BTT que as suspensões e amortecedores podiam funcionar tanto a ar como a mola (e alguns a elastómeros). No entanto, os de mola eram mais frequentes, em qualquer tipo de bikes, porque a tecnologia nos de ar ainda era primitiva e não ofereciam, nem de perto, a sensibilidade e fiabilidade de os de mola.
Mas os de ar sempre tiveram uma grande vantagem, o peso. E isso fez com que a indústria desenvolvesse este componente para, inicialmente, poder equipar bikes leves sem penalizar demasiado o peso final de uma suspensão total face a uma hardtail. Atualmente, desde o XC ao Trail, praticamente todas as bikes de suspensão total utilizam amortecedores a ar.
E em Enduro e DH? A resposta aí não é tão linear e depende do que preferes: prestações ou baixo peso. Ainda que, como mencionámos, os amortecedores de ar sejam cada vez mais sensíveis e parecidos aos de mola, a verdade é que os de mola também evoluiram e continuam a ter maior sensibilidade e fiabilidade/comportamento em condições extremas.
Num amortecedor a ar, a maior quantidade de câmaras e retentores criam alguma fricção que se traduz em menor sensibilidade a pequenas irregularidades. Por outro lado, os amortecedores a ar pesam cerca de 300-400 g a menos (apesar de a diferença ser menor se trocarmos a mola de aço por uma de titânio, mas aí temos a questão do preço).
Portanto, a luta continua e para já ainda é a questão do comportamento e peso a ditar a escolha. Talvez um dia os amortecedores de ar sejam tão evoluídos que a opção da mola venha a desaparecer ou limitar-se exclusivamente a um uso muito agressivo e quando o peso importa menos que a performance.