Rigoberto Urán voltou a colocar um sorriso na cara do staff da EF Education-EasyPost, uma equipa que, como se sabe, precisa de vitórias e de pontos UCI para se manter WorldTeam. O colombiano impôs-se no Mosteiro de Tentudia (Calera de Léon, Badajoz), ganhando aos seus colegas de fuga.
A meta estava situada após uma subida de 10,3 km com 5% de inclinação média, com rampas que chegavam a ter 12%, principalmente nos 4 km finais e foi nessa altura que a fuga pura e simplesmente implodiu.
Pouco antes de entrar no último quilómetro, Urán, Jesús Herrada, Marc Soler e Clément Champoussin entraram no encalce de Lawson Craddock, que nessa altura estava isolado na dianteira. Esses últimos mil metros foram demolidores. Todos estavam exaustos e o primeiro a tentar alterar a situação de corrida foi Soler, depois contraatacou Champoussin e mais tarde Herrada tentou a sua sorte. No final, acabou por ser o colombiano da EF - mais maduro e mais astuto - a atacar, ultrapassando o ciclista da Cofidis, ganhando a etapa que lhe faltava nas Grandes Voltas. Aos 35 anos de idade, Urán já ganhou na Volta a França, na Volta a Itália (duas etapas) e agora na Volta a Espanha. No seu palmarés acumula 15 vitórias.
Atrás de Urán - que devido a esta vitória entra automaticamente no top10 da geral - cortaram a meta Quentin Pacher e Herrada. O quarto foi Marc Soler.
Entre os favoritos não houve praticamente diferenças... e poucos ataques. Enric Mas tentou duas vezes, mas em ambas Remco Evenepoel seguiu rapidamente na sua roda, sem mostrar debilidades físicas. Com Roglic fora desta Volta a Espanha, o belga sabe que o espanhol é o único ciclista com quem tem de se preocupar. Ayuso também acelerou entrando no último quilómetro sem conseguir deixar para trás os seus rivais, e as diferenças foram mínimas no top5. Evenepoel e Mas chegaram juntos à meta, a 5m11 de Urán, Ayuso cedeu 2 segundos, Carlos Rodríguez 4 segundos e López 9 segundos.
Evenepoel com Enric Mas na sua roda. Foto: Rafa Gómez (Sprint Cycling Agency)
Remco Evenepoel (Quick Step) vai vestir a camisola vermelha pelo 12º dia consecutivo, algo que um belga não fazia na Vuelta desde Freddy Maertens em 1977 (esteve na liderança durante 20 dias). Com o abandono de Primoz Roglic, Enric Mas (Movistar) passa a ser segundo a 2m01 e Juan Ayuso (UAE Team Emirates) é terceiro. Como curiosidade, se Ayuso subir ao pódio final no domingo em Madrid, ficará para a história. Só há um precedente em toda a história das Grandes Voltas de um ciclista que subiu ao pódio com menos de 20 anos. Falamos de Henri Cornet, que ganhou a Volta a França de 1904 com 19 anos e 365 dias.
João Almeida cortou a meta na 13ª posição, a 5m02 de Urán. Na geral está em 6º lugar a 6m51 de Evenepoel.