A Volta a França simboliza tudo isto. Ataques, montanhas, mas também etapas mais planas, tensão e quedas. Numa edição diferente, com uma partida distinta e com as cartas em cima da mesa, a loucura das etapas de transição reclamou o seu protagonismo a caminho de Limoges, com a ausência - devido a queda - de Mark Cavendish (Astana).
Esta oitava etapa apresentava algumas dificuldades - para além da quilometragem, superior a 200 km - e o britânico foi um dos azarados do dia, caindo, partindo a clavícula e sendo transportado para o hospital. Na âmbulância chorou e lamentou o facto de não conseguir desempatar com Eddy Merckx um recorde histórico de vitórias em etapas da Volta a França.
Mas o filme da jornada também teve outros protagonistas. O nervosismo dentro do pelotão, principalmente provocado pela equipa do líder da prova, fez com que mais ciclistas caíssem. Foi o caso de Mikel Landa (Bahrain Victorious) e Simon Yates (Jayco-AIUIa).
O aumento de ritmo da Jumbo-Visma para eliminar os mais rápidos e facilitar o caminho a Wout van Aert acabou com o sonho de Anthony Turgis (TotalEnergies), um dos principais fugitivos, o qual deixou para trás Tim Declerq (Soudal Quick-Step) e Anthony Delaplace (Arkéa-Samsic).
Quando estes fugitivos foram apanhados, o pelotão já estava partido em pedaços e chegou a vez dos que lutavam pela etapa assumirem o controlo. Tadej Pogacar (UAE Emirates) tudo fez para se manter bem colocado e chegou a sprintar, mas gastou energias desnecessariamente, cortando a meta em décimo.
Jasper Philipsen, o sprinter mais vitorioso deste Tour, foi batido pelo campeão do mundo Mads Pedersen, algo inédito nesta edição. Em terceiro ficou Wout van Aert.
A nona etapa vai ter novamente montanha e veremos se a classificação geral sofre alterações.