Este início de Volta a França está a ser rico em combatividade e em quedas. Depois da desistência de Enric Mas devido a uma fratura na primeira jornada, a manhã desta segunda etapa ficou marcada pela notícia do abandono de Richard Carapaz, envolvido no mesmo acidente, e também ele com uma fratura.
Neste segundo dia de prova, vimos novamente Tadej Pogacar e Jonas Vingegaard a "medir o pulso" um ao outro nas pendentes mais complicadas, mostrando ambos que estão em forma e sem vontade de perder um segundo que seja.
No entanto, como já se antecipava, o vencedor da jornada não foi nenhum dos dois, mas sim o francês Victor Lafay, da Cofidis, embora em Bilbao também tenha tentado a sua sorte.
Aos 27 anos, o ciclista natural de Lyon não é novato nestas andanças. Já ganhou uma etapa na Volta a Itália há dois anos e nesta jornada, aguentou o ritmo do grupo da frente e, quando ninguém contava com o seu ataque, destroçou a concorrência e nas bonitas ruas de San Sebastián ganhou de forma avassaladora.
Wout van Aert (Jumbo-Visma) apercebeu-se tarde do ataque do francês e não mostrou o seu desapontamento por não ter ganho.
Este dia ficou também marcado por dois duelos. Por um lado, Tadej Pogacar (UAE Team Emirates) queria aproveitar a bonificação da montanha e Jonas Vingegaard (Jumbo-Visma) não queria mostrar debilidade, seguindo sempre na sua roda. Por outro, Simon Yates (Team Jayco-AIUIa) tudo fez para tentar roubar a camisola amarela ao seu irmão (UAE Team Emirates).
Mas para nós o combativo do dia foi Neilson Powless (EF Education-EasyPost), o norte-americano que lidera a classificação da montanha e o mais forte da longa fuga que chegou a ter três elementos (Powless, Boasson Hagen e Rémi Cavagna). Esta fuga durou praticamente toda a etapa, desde Vitoria até San Sebastián (208,9 km), com cinco subidas.
Em todo o caso, mérito para Lafay, que conseguiu estar entre os melhores e surpreender tudo e todos.