Competição

Poels estreia-se a ganhar no Tour em dia de novo embate dos favoritos

O neerlandês ganhou após entrar numa fuga. O dia também ficou marcado por um ataque de Rui Costa e pelo duelo entre Tadej Pogacar e Jonas Vingegaard.

ÁLVARO CALLEJA. FOTOS: SPRINT CYCLING AGENCY

2 minutos

Poels estreia se a ganhar no Tour em dia de novo embate dos favoritos

Wout Poels (Bahrain Victorious) estreou-se a ganhar na Volta a França, embora todos os olhares estivessem na "guerra privada" entre Jonas Vingegaard e Tadej Pogacar, que lutam pela vitória na classificação geral. 

Mas tudo tem um fio condutor. Nesta etapa, existiram algumas fugas e Rui Costa foi protagonista de uma delas, quando estava num grupo numeroso, mas ao entrarem na subida final o ritmo acelerou e o luso acabou por ser absorvido. 

Como tem sido hábito, a equipa Jumbo-Visma teve de controlar as operações e já se nota o elevado desgaste deste trabalho diário dia após dia. No momento decisivo, a equipa UAE Emirates aumentou o ritmo, passando para a frente, com o objetivo de tentar colocar em dificuldades Sepp Kuss e o seu chefe de fila Vingegaard. Kuss sofreu uma queda na parte inicial da corrida e embora se mantivesse no grupo principal, notava-se que estava desconfortável e acompanhava o ritmo com muita dificuldade. Por seu lado, Vingegaard parecia fresco e volta e meia olhava para Pogacar, para tentar perceber se o jovem da Emirates estava num dia mau. 

 

O somatório destas duas semanas está a ser demolidor. Os sinais de desgaste e cansaço são visíveis e é por isso que os abandonos acontecem, sendo algumas quedas fruto de desconcentrações devido a esse mesmo cansaço. Os 179 km desta jornada, num dia quente, com subidas duras, que acabou em Mont Blanc, foram mais uma machadada na condição física destes bravos do pelotão, que estão à beira da exaustão e do choque metabólico, tal é o défice em termos de calorias gastas por dia versus calorias consumidas. 

Mas voltando à corrida, uma das principais fugas do dia foi protagonizada por Wout van Aert (Jumbo-Visma) e Mathieu van der Poel (Alpecin-Deceuninck), além de Guillaume Martin (Cofidis), Thibaut Pinot (Groupama-FDJ), Alexey Lutsenko (Astana Qazaqstan Team), Warren Barguil (Arkéa Samsic), o "nosso" Rui Costa (Intermarché), Michael Woods (Israel Premier Tech) e Giulio Ciccone (Lidl Trek).

Krists Neilands caiu e embateu violentamente contra um muro quando tentava apanhar um bidon

Também estavam em fuga Mikel Landa (Bahrain Victorious), Omar Fraile (INEOS Grenadiers), Juanpe López (Lidl Trek), Alex Aranburu (Movistar), Marc Soler (UAE Emirates), que atacou na antepenúltima subida, Krists Neilands (Israel Premier Tech), que caiu quando estava a tentar apanhar um bidon de uma moto, e, claro, Wout Poels, um veterano que alcançou a sua primeira vitória numa grande volta. 

Na dura subida final, Poels - visivelmente magro e um trepador puro - meteu o seu ritmo e seguiu em sofrimento até à meta, apesar de Van Aert - um todo-o terreno mais corpulento - tentar a sua sorte num terreno (subida inclinada e longa) que fisicamente não é o seu.  

 

Ao mesmo tempo que Poels levantava os braços, no grupo dos favoritos Adam Yates (UAE Emirates) acelerava cada vez mais e nem o seu líder seguiu o seu ritmo. A ideia era que o britânico tentasse intrometer-se no pódio ou servir de apoio a Pogacar num possível ataque. Esse ataque só aconteceu quando a meta já estava na mira do duo maravilha. 

Pogacar arrancou com frieza e embora o dinamarquês tenha perdido alguns metros, a verdade é que conseguia sempre colar-se ao esloveno. Foi assim até ao fim, acabando Pogacar visivelmente dececionado com a situação. Foi mais um "empate técnico", sem segundos para ninguém naquela que está a ser a Volta a França mais emocionante deste século. 

Feitas as contas, Vingegaard continua a liderar a prova, seguido de Pogacar, a 10 segundos e de Carlos Rodríguez, a 5m21. 

Etiquetas:

Relacionados