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Moto deteve ataque de Pogacar

A poucos metros do alto de Joux Plane, a última subida do dia, uma moto demasiado perto evitou um ataque do esloveno.

AGÊNCIA EFE. FOTO: SPRINT CYCLING AGENCY

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Moto deteve ataque de Pogacar

Numa Volta a França que está a decidir-se ao segundo entre Jonas Vingegaard e Tadej Pogacar, um incidente minúsculo como este tem uma amplitude gigantesca. A poucos metros de chegar ao topo de Joux Plane, uma moto demasiado perto evitou um ataque do esloveno. 

O ciclista da UAE Emirates, mais explosivo que o seu rival, pretendia passar em primeiro nesse topo e embolsar 8 segundos de bonificação, para reduzir a diferença de 9 segundos que tinha antes da etapa começar. 

Mas o seu ataque teve de ser abortado devido à moto de um fotógrafo que ficou encurralada devido aos milhares de aficionados que enchiam as estradas e estreitavam a passagem da comitiva até ao topo. 

"Foi como lançar um míssil para dentro de água", salientou Pogacar, referindo que tinha poupado as suas forças para lançar um último ataque ao seu rival nesse preciso momento.

Este incidente ficou marcado psicologicamente no esloveno e ainda por cima Vingegaard, sem dó nem piedade, ultrapassou-o no topo da montanha, bonificando.

"É verdade que há muita gente na prova e que as motos estavam muito perto de nós, mas ninguém sabe o que poderia ter acontecido se essas motas não estivessem lá", destacou o dinamarquês.

Na meta em Morzine, Pogacar foi segundo, atrás do espanhol Carlos Rodríguez, reduzindo assim um pouco a diferença de bonificação do dinamarquês, que agora passa a ter 10 segundos de vantagem sobre Pogacar.

No final da etapa, ambas as equipas quiseram apoiar os seus respetivos líderes e levantar a moral de ambos.

Pogacar tinha tudo planeado de uma certa forma e a Jumbo-Visma tudo fez nesta etapa para preparar o terreno do seu chefe de fila, mas a verdade é que poderia ter perdido a camisola amarela se não fosse essa mota. É a imprevisibilidade do Tour. 

"Acho que se fizermos um balanço final, acabou por ser um dia bom, pois atacámos. Gostava de ter conseguido essa bonificação e ganhar a etapa, porque acho que este Tour vai ser muito apertado", assegurou Pogacar.

O dinamarquês também salientou os pontos positivos da jornada: "O Pogacar atacou com bastante potência, mas eu preferi manter o meu ritmo e felizmente consegui apanhá-lo", disse.

"Hoje ganhei um segundo e estou com 10 segundos de vantagem. Não sei se há um vencedor moral, mas estou muito contente da forma como as coisas estão a correr e pouco importa o vencedor moral", assinalou o dinamarquês para justificar o desgaste que a sua equipa impôs. 

A verdade é que se esperava mais do "comboio" da Jumbo-Visma nesta etapa. Após ter sofrido três ataques do seu rival, Vingegaard estava advertido de que nos Alpes começava o seu terreno predileto, com jornadas mais duras e menos explosivas.

A sua equipa endureceu o ritmo desde o início e parecia que enfrentariam a parte final da etapa com mais ambição. Mas ficaram relegados para uma atitude mais defensiva, embora no final da jornada o balanço penda para seu lado.

Ao contrário de Pogacar, Vingegaard não acredita que o Tour se vai decidir numa questão de segundos: "Estou convencido de que um de nós vai ceder um destes dias".

Hoje, domingo, será mais um dia nos Alpes, com chegada no alto de Saint-Gervais, uma subida de primeira categoria, ou seja, menos propícia a grandes diferenças. 

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