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Martin Maes, líder da EWS, suspenso por doping

A UCI reduziu a sanção de dois anos para 90 dias ao atleta belga após acusar positivo num controlo, logo a seguir a uma intervenção médica.

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Martin Maes, líder da EWS, suspenso por doping
Martin Maes, líder da EWS, suspenso por doping

O atleta belga da GT Factory Racing, Martin Maes, enfrenta uma sanção de três meses após acusar positivo nas duas primeiras rondas da Enduro World Series, mais precisamente em Rotorua (Nova Zelândia) e Derby (Tasmânia), as quais ganhou. Maes também ganhou no passado mês de maio na Madeira, cimentando a sua posição como líder da classificação geral. 

Os factos remontam para a primeira ronda da EWS na Nova Zelândia, onde Maes sofreu um golpe profundo na perna. O médico voluntário da prova, Tom Jerram, limpou e aplicou vários pontos na ferida, mas na manhã seguinte a ferida estava infetada.

Martin Maes, líder de las EWS, suspendido por dopaje

Com o objetivo de debelar esta infeção, a equipa médica da prova prescreveu a Martin Maes um antibiótico e Probenecid, o qual se encontra na lista de substâncias e métodos proibidos pela UCI.

Segundo o médico oficial da prova: "O Martin apresentava um corte na parte inferior da perna que infetou durante o campeonato de enduro da Nova Zelândia (8 a 10 de março de 2019). A infeção começou a piorar apesar do tratamento habitual com antibióticos, e podia colocar em risco a vida do paciente. Os médicos decidiram prescrever Probenecid, que se usa habitualmente, o que demonstrou funcionar no tratamento da infeção do Martin. Usar este medicamento no tratamento de uma infeção grave é uma prática habitual."

Martin Maes, líder de las EWS, suspendido por dopaje

"Nesse momento, nem a equipa médica voluntária, nem o Martin, tiveram em conta que o Probenecid pudesse estar na lista de substâncias proibidas. Este medicamento não apresenta efeitos que melhorem o rendimento, e de facto, é possível que o rendimento do Martin viesse a ser afetado nas semanas seguintes devido à gravidade da infeção."

Tanto Martin Maes como o seu manager, Mark Maurissen, explicaram que tentaram informar-se se de facto o medicamento se encontrava dentro da lista de produtos proibidos da WADA (World Anti-Doping Agency), mas sem êxito por se encontrarem numa zona sem cobertura nesse momento. 

A UCI, consciente da situação, declarou que aplicou uma redução na sanção, passando de 2 anos a 90 dias, já que entende que não foi tomada pelo atleta com fins de melhoramento no rendimento desportivo. 

Além do período da suspensão e de uma sanção económica, Maes foi desclassificado da primeira e da segunda rondas do EWS, no entanto, mantém a sua vitória na prova da Madeira, na qual o controlo antidoping realizado ao atleta deu negativo.

"Neste momento não tenho palavras. Dediquei toda a minha vida ao BTT e à competição desde 2013. Treinei bastante para tornar os meus sonhos realidade. Tive uma emergência e foi necessário tratar uma ferida que tinha na perna e não tivemos a oportunidade de comprovar minuciosamente a prescrição dos médicos. O erro foi meu e só a mim pode ser atirada a culpa. Agora é o momento de enfrentar a situação, treinar com mais força e voltar o mais rápido possível para converter esta frustação em satisfação" declarou Maes.

Martin Maes, líder de las EWS, suspendido por dopaje

O atleta de Enduro recorreu da sanção da UCI tentando refugiar-se na chamada "exceção por uso terapêutico", já que o medicamento foi administrado por um profissional e em condições excecionais.

Por agora, Maes, que conta com o apoio da sua equipa, não poderá disputar a prova seguinte do EWS em Val di Fassa (Itália) este fim de semana.