Emoção, nervos e polémica na 19ª etapa da Vuelta, uma ligação entre Ávila e Toledo. A emoção foi imposta por Rémi Cavagna, brilhante vencedor após formar parte de uma fuga de dez ciclistas e fugir em solitário com um ataque a 25 km do final. O francês da Deceuninck-Quickstep foi abrindo espaço face aos seus companheiros de fuga e face a um pelotão que na parte final imprimiu um ritmo forte na chegada ao empedrado final em Toledo.
Cruzou a meta com somente 5" de vantagem sobre Sam Bennett, Stybar, Gilbert e Valverde, e 8" face ao primeiro grupo de favoritos, com Roglic, Quintana, López e Pogacar. Deste modo, quase tudo se mantém igual (apenas Valverde ganhou 3") nos primeiros postos da geral, com somente uma etapa importante por disputar, a de hoje, na Serra de Gredos.
QUEDA E POLÉMICA
Os nervos foram provocados pelo vento, esperado e temido, ao qual se sumou - e aqui começou a polémica - uma queda coletiva a 68 km da meta. O solo estava molhado devido à chuva, e numa curva à direita vários ciclistas caíram, incluindo o líder da Vuelta, Roglic e Miguel Ángel López, que ficaram afastados do grupo principal. Nesse preciso momento, a Movistar começou a atacar, com sete ciclistas a encabeçarem o pelotão. Isto gerou muita controvérsia, não só dentro do pelotão, mas também fora.
O trabalho dos gregários da Movistar disparou a vantagem acima de um minuto sobre o líder. Mas de repente "levantaram o pé" e o pelotão reagrupou. Minutos depois, José Luis Arrieta, diretor da Movistar, explicou aos microfones da RTVE que a UCI tinha decicido reagrupar a corrida, permitindo que Roglic e López fossem "rebocados" pelos seus carros.
A tensão voltou 20 minutos depois, numa longa reta com forte vento lateral. Isto fez com que Roglic ficasse em apuros, o qual quase já não tinha companheiros de equipa para o ajudar. Contudo, o grupo desistiu do ataque e Roglic saiu novamente ileso de uma situação de perigo.
Hoje é a última oportunidade para deixar Roglic em apuros.